12/07/2012 14:42:33
Custo de produção com uso de alta tecnologia que pode chegar a 100 sacas por hectare, mais a frustração da última safra, devem contribuir para redução da área
Faltando 60 dias para o início do plantio do milho, produtores rurais começam a definir a quantidade de grão que devem colocar na terra visando à formação da safra 2012/2013. A tendência é uma redução com índices acima do esperado depois da conclusão da colheita da última safra, que foi frustrada na produtividade por causa da estiagem prolongada que atingiu o Rio Grande do Sul, principalmente, na região Norte do Estado - uma das principais regiões produtoras de grãos.
Para o agrônomo da Cooperativa dos Agricultores de Chapada (Coagril), Rudinei Richter, a decisão de plantar menos milho este ano traz uma preocupação, pois tecnicamente o cereal é a principal cultura dentro do processo de rotação de culturas dos grãos que ocupam as lavouras agricultáveis com safra no verão. “Todos sabem que o ideal é plantar 70% das áreas com soja e 30% com milho, mas há muito isto não vem acontecendo. E neste ano, o índice que alternância entre as duas culturas deve reduzir ainda mais”, alerta o agrônomo.
Segundo Richter, existem alguns fatores que contribuem diretamente na decisão do agricultor como, por exemplo, a comparação de custos na hora de formar suas lavouras de grãos. “Quem investe R$ 800,00 para formar um hectare de soja certamente terá que investir R$ 2 mil para plantar a mesma área com milho”, explica o agrônomo.
Ele aponta ainda a grande diferença de preços pagos pela saca das duas culturas. Cita que neste ano uma saca de soja já foi comercializada acima dos R$ 60,00 - enquanto o milho vem tendo preço médio na casa dos R$ 23,00.
Por outro lado, o agrônomo lembra que enquanto em um hectare de soja se colhe 60 sacas, o milho pode chegar a uma média até, três vezes maior. Tomando por base os números comparativos citados, o agrônomo acredita que no município a redução da área destinada ao cereal será perto de 20% com relação à safra passada. O município de Chapada tem áreas e clima para produtividades de milho de até 200 sacas por hectare.
Quanto ao início do plantio do milho, Richter faz algumas observações em função do clima. De acordo com ele, antecipar o começo da semeadura pode representar alguns riscos para o bom desenvolvimento das plantas. “Quem plantar antes do final do mês de agosto, próximo do dia 20, corre o risco de ter a lavoura atingida pelas geadas tardias, aquelas que acontecem durante a primeira quinzena de setembro”, explica. Por outro lado, lembra que o plantio antecipado pode representar melhores condições para uma boa produtividade da cultura.
A recomendação é formar as lavouras a partir do mês de setembro. Há casos que o término do plantio se estende até pouco antes do Natal. Quanto à safrinha, destaca que geralmente estas lavouras são formadas com o objetivo de garantir alimentação animal através da silagem de milho.
Na última safra a estiagem comprometeu a produtividade do milho em mais de 70%. No município haviam sido plantados cerca de sete mil hectares com o cereal. Em Chapada, os produtores encerraram o plantio das lavouras de trigo. A cultura de inverno tem safra no começo do mês de novembro.
Fonte: Agrolink, 10 de julho