Queda na safra de milho dos EUA afeta compradores asiáticos
12/07/2012 14:48:34



CINGAPURA, 4 Jul (Reuters) - Compradores de milho na Ásia, que representam quase metade das importações mundiais, foram pegos de surpresa devido à piora da seca nos Estados Unidos, que ameaça reduzir a oferta global, levando os preços a máxima de 10 meses.

Compradores asiáticos, incluindo o Japão, maior importador mundial, esperavam que o mercado do milho tivesse um alívio com as expectativas de uma colheita recorde nos Estados Unidos, grande exportador do grão.

Porém, uma severa seca no cinturão produtor de grãos dos EUA tem freado a produtividade a cada dia que passa, acrescentando um terço ao valor do milho desde meados de junho e elevando os temores de inflação dos alimentos.

Os produtores de ração animal da região, que estão com baixos estoques, devem chegar ao mercado nas próximas semanas e os temores de aperto da oferta podem estimular os importadores a agendarem maiores volumes dos Estados Unidos, disseram traders e analistas.

"Preços maiores não necessariamente estimulam compras, uma vez que você precisa de uma combinação de aumento dos preços e queda da oferta", disse Abah Ofon, analista do Standard Chartered Bank em Cingapura. "Esse pânico ainda não começou, mas eu acho que é provável que comece."

CALOR SEVERO

Um calor severo nas áreas produtoras de milho e soja dos EUA levou os futuros do milho em Chicago a subirem na terça-feira, no maior avanço de oito dias em três anos e meio.

O calor e a seca deve diminuir em mais 2,5 por cento a safra de milho norte-americana deste ano, ameaçando reduzir a uma safra atrofiada o que poderia ser uma colheita recorde, de acordo com pesquisa da Reuters.

Traders disseram que a maioria dos compradores na Ásia estão abastecidos até setembro, com o último trimestre em aberto, mesmo para o Japão e Coreia do Sul, que juntos compram quase 23 milhões de toneladas, ou quase um quarto do que é embarcado no mundo.

"Os consumidores não estão abastecidos, uma vez que a maioria deles não precificou o risco climático. Eles terão problemas se essa alta continuar", disse um trader que não quis ser identificado, em conformidade com a política de sua companhia.

A seca nos EUA acompanha uma estiagem semelhante que encolheu a produção de soja e milho este ano na América do Sul, fornecedora rival, reduzindo a oferta e forçando importadores a dependerem mais de grãos dos Estados Unidos. Como resultado, os estoques norte-americanos em 31 de agosto devem ficar no nível mais baixo em pelo menos 16 anos.

Fonte: Reuters, 4 de julho