12/11/2012 10:27:22
Na mesma safra em que ultrapassa os Estados Unidos e alcança a liderança na produção e exportação de soja, o Brasil deixa a Argentina para trás ao ocupar o posto de segundo maior exportador de milho, mostram os números divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os embarques do cereal, que atingiram o recorde de 3,6 milhões de toneladas em outubro, devem alcançar 19 milhões de toneladas, o dobro do volume do ciclo anterior A previsão do mercado é que a Argentina exporte 16 milhões de toneladas.
O clima é responsável por essas mudanças, mas, com expansão na área plantada da soja e do milho, o Brasil pode sustentar as posições daqui para a frente, segundo os analistas ouvidos pela Expedição Safra. A área da soja está sendo elevada no verão e a do milho, no inverno.
Na soja, a produção dos EUA caiu de 84 milhões para 78 milhões devido à falta de chuva, e a do Brasil tende a subir de 66,5 milhões para 81 milhões de toneladas, depois de um ano de seca. Consequentemente, os produtores brasileiros poderão embarcar 3 milhões de toneladas a mais que os norte-americanos, chegando a 37,4 milhões no ciclo 2012/13.
No milho, a produção anual brasileira ultrapassou pela primeira vez a marca de 70 milhões de toneladas em 2011/12 e vai crescer ainda mais se forem cumpridas as previsões de plantio do próximo inverno. A Argentina normalmente produz entre 22 e 28 milhões de toneladas e possui menos terras para expansão. A liderança nas exportações do cereal continua com os EUA: 29 milhões das 272 milhões de toneladas de 2012/13.
A estimativa de que o Brasil vai exportar 19 milhões de toneladas é até conservadora, diz o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto. Os corredores de exportação registram filas de caminhões que lembram as do primeiro semestre, época dos embarques de soja. As exportações aumentam porque os EUA estão deixando de enviar ao exterior 10 milhões de toneladas.
O relatório da Conab revisou os números da safra brasileira de grãos 2012/13. O teto máximo foi reduzido de 182,27 milhões para 181,55 milhões de toneladas, seguindo novas avaliações climáticas.Com a expansão de até 9,3% na área da soja, o algodão, por exemplo, tende a perder 27,8% de seu espaço.
Fonte: Gazeta do Povo Online
Fonte: Cenário MT, 9 de novembro