29/01/2013 15:20:12
A última semana de janeiro começa com uma situação bastante atípica no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Ao mesmo tempo em que a soja começa a chegar aos terminais do complexo, a procura pelo milho continua grande. Do início de janeiro até esta segunda-feira, já foram exportadas pelo Porto de Paranaguá 500 mil toneladas de milho, volume cinco vezes superior ao registrado no mesmo período de 2012, quando foram exportadas 99 mil toneladas de milho. Até o próximo dia 3, são esperados 18 navios, que chegam para carregar quase um milhão de tonelada do produto.
Segundo a Divisão de Silo da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), no mesmo período de 2012, era mínima a quantidade de navios que chegavam ao Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá para carregar milho: apenas três. Apesar de atípico, esse encontro da segunda safra de milho com a safra da soja já era esperado.
“O desafio está sendo conseguir conciliar esse movimento, gerado pelas boas condições tanto do mercado internacional quanto da produção paranaense, com o mínimo impacto para a via e para a cidade. Para isso estamos trabalhando com coordenação, alinhando as estratégias com todas as empresas que fazem parte do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá”, explica o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
Caminhões - Em estoque, até o final da semana passada, havia quase 336 mil toneladas de milho. Segundo o registro do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá, de 1 de dezembro de 2012 até o último dia 25, chegaram 16.838 caminhões carregados com o produto.
Na última sexta-feira, nos estoques dos terminais do Corredor de Exportação, já havia pouco mais de 35 mil toneladas de soja. Na data, eram esperados cinco navios para carregar mais de 374 mil toneladas do produto. Segundo o registro do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá, do último dia 1 até o último dia 25, chegaram 837 caminhões de soja.
Mudanças – Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a demanda internacional pelo milho brasileiro e, no caso, paranaense tem crescido ano a ano. “A quebra da safra dos Estados Unidos e o baixo estoque internacional dão espaço para tentar comercializar, ao máximo, o excedente da segunda safra para não bater com o auge da safra de soja que vai se intensificar em fevereiro, março e abril. Isso explica esse movimento”, comenta o técnico Marcelo Garrido.
Um dos principais operadores de grãos pelo Porto de Paranaguá é a Interalli. Uma das características da empresa é trabalhar com um produto de cada vez. No entanto, de acordo com o departamento empresarial da empresa, nesse momento em que a transição para a soja já está sendo feita (o produto geralmente é operado pela empresa de fevereiro a agosto, com exclusividade), a Interalli está movimentando os dois produtos – soja e milho. “Há uma certa antecipação da carga de soja, que geralmente começava a chegar em fevereiro a Paranaguá, assim como está havendo um prolongamento do escoamento do milho que pode se estender até março”, afirma o departamento.
Ainda de acordo com a empresa, a produtividade aliada às condições climáticas será a estratégia para vencer essa “colisão” entre as safras dos dois produtos. “Estamos conseguindo administrar esse período incomum. A produtividade da soja não ficará comprometida pelo escoamento do milho, já que tem um dos berços prioritários no Porto de Paranaguá em período de escoamento de safra, ou seja, já a partir de fevereiro”, conclui o porta-voz da empresa.
Fonte: Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA)
Guilherme Viana (MTb / MG 06566 JP)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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