15/02/2013 14:07:59
Relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgado na quinta-feira (14) estimou a safra 2012/13 de milho na Argentina em 25 milhões de toneladas. Se confirmado, o resultado será 16,3% superior frente ao volume produzido na campanha passada, finalizada em 21,5 milhões de toneladas.
A marca também pode ser histórica, tornando-se a maior produção das últimas 13 campanhas, ou seja, desde 2000/01. O número da Bolsa de Cereais é pouco inferior ao que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês) vem considerando: 27 milhões de toneladas.
Ainda assim, o recorde é esperado mesmo a área do cereal sendo menor neste ciclo. O espaço reservado à cultura sofreu um recuo de aproximadamente 15% (14,7%) ante 2011/12, ocupando 3,6 milhões de hectares, segundo a Bolsa. O número ficou pouco acima dos 3,4 milhões projetados pela entidade até o fim de janeiro, mas inferior aos 4,3 milhões de hectares do último ciclo.
Maximiliano Zavala, engenheiro agrônomo do Departamento de Estimativas Agrícolas da Bolsa de Cereais, lembra que algumas regiões do país ainda sofrem com o stress hídrico em função da falta de chuvas. "A ausência de precipitações durante o mês de janeiro, somada aos elevados registros térmicos, provocariam perdas nos rendimentos potenciais dos cultivos semeados no final de outubro e durante os meses de novembro e dezembro. Isto se deve ao fato de o cereal transitar em grande parte pelo período crítico de formação de rendimento com stress hídrico", cita o analista.
Chuvas são esperadas para a próxima semana para melhorar as condições de solo nas regiões produtivas e favorecer o desenvolvimento do cereal.
Mercado internacional
A expectativa de alta na produção de milho da Argentina não deve provocar fortes impactos para o mercado internacional, aponta o gestor do núcleo técnico da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Mato Grosso (Famato). Isto porque mesmo elevando o volume de grãos há condicionantes que limitam a participação 'hermana' no contexto exportação, por exemplo.
"O impacto perante o mercado internacional pode ser um tanto quanto neutro. Até porque o aumento da safra de milho na Argentina, perto da safra global (estimada pelo USDA em mais de 854 milhões de toneladas) é pouco. Diferente quando se fala na soja, por exemplo, quando o país produz 20% da safra mundial", avaliou o gestor, ao Agrodebate.
No quesito exportação, poucos também devem ser os reflexos. "As cotas [de vendas] abrem e fecham de acordo com o governo", ponderou ainda Eduardo Godoi, da Famato.
Fonte: Leandro J. Nascimento
Guilherme Viana (MTb / MG 06566 JP)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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