27/02/2014 15:21:39
O plantio do milho safrinha está avançando em todo o país. A área destinada ao grão deve diminuir e em cada estado, os agricultores utilizam táticas diferentes para garantir a lucratividade da lavoura.
Na propriedade de Amadeu Machado, em São Jorge do Oeste, no Paraná, uma máquina colhe a soja e outra planta o milho safrinha. Apesar do preço baixo do grão, o agricultor aumentou a área em 12%, vai plantar 32 hectares, e espera colher a média de 100 sacas por hectare.
Até agora, cerca de 40% da área destinada ao milho safrinha foi semeada no Paraná. A Secretaria de Agricultura (Seab) considera a situação boa em mais de 70% das lavouras.
Em algumas regiões faltou chuva, mas mesmo assim, a Seab calcula que a produtividade do milho cresça 10%, aumento que deve ocorrer apenas no Paraná, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em todo o Brasil, a área destinada ao milho safrinha deve cair 7%, de acordo com a Companhia. No Centro-Oeste, o clima não está ajudando o desenvolvimento das lavouras e além disso, a redução na área plantada é expressiva.
Em Mato Grosso do Sul, alguns agricultores estão buscando alternativas para reduzir os custos de produção. Na fazenda do agricultor Sérgio Marcon, que fica em São Gabriel do Oeste, 950 hectares foram plantados. O produtor decidiu usar sementes mais baratas, com menos tecnologia.
Hoje, a saca de 60 quilos de milho está saindo por R$ 20, 16% menos que no ano passado. A preocupação com os custos da safrinha também tem a ver com a herança que os agricultores têm de 2013 porque ainda tem muito milho para ser comercializado. Só uma cooperativa, 200 mil sacas estão armazenadas em silos bags, prontas para a venda.
O agricultor Paulo Piaia vai cultivar 2,1 mil hectares. Ao contrário de outros produtores, ele investiu pesado em tecnologia de sementes e adubação e pretende produzir bastante para ganhar na quantidade. “Sempre é melhor ter o que vender, mesmo que for por um preço barato, do que não ter nada, então aliando tecnologia e investimentos, devemos ter tetos produtivos, mais elevados e ficamos mais competitivos no mercado, embora os preços praticados não estejam tão altos”, diz.
Globo Rural
Fonte: Jornal Agora MS, 24 de fevereiro