04/07/2014 10:56:00
Entrada do grão "novo" faz preços caírem no estado.
Saca da safrinha é vendida na média a R$ 12 e os custos chegam a R$ 18.
Leandro J. Nascimento Do G1 MT
Enquanto a colheita da segunda safra de milho avança em Mato Grosso - chegando a quase 10% da área total - os produtores esperam uma melhora no cenário de preços para a saca do cereal. Os atuais valores não estimulam a comercialização.
De acordo com o indicador do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço médio no estado está calculado em R$ 12, estando abaixo do custo de produção (R$ 18/saca) para materiais de alta tecnologia, bem como do preço mínimo praticado pelo governo (R$ 13,56).
Entre os fatores que estão impactando na queda nos preços estão a oferta de milho no mercado, a partir das produções dos demais estados, além da grande produção de milho nos Estados Unidos, de acordo com o setor produtivo.
"A colheita sendo grande o preço será menor por causa da oferta. Dessa forma, os compradores dão uma segurada", afirma o produtor rural Laércio Lenz, de Sorriso, no médio-norte mato-grossense. Em sua propriedade foram plantados 650 hectares com o milho safrinha e pelo menos metade foi colhida.
Até o momento, Lenz vendeu 20% da produção. Mas a maior parcela dos negócios foi fechada em um período em que a segunda safra do cereal ainda não havia começado. "Tinha comercializado o milho ainda na época da colheita da soja porque não havia uma certeza ou definição sobre o milho. O que iria plantar, os investimentos, por exemplo. Como apareceram preços na ordem de R$ 15 a saca eu comercializei", disse o agricultor ao G1
Lenz vendeu menos que a média registrada no município onde produz. Em Sorriso a venda da safrinha chegou a 35%, segundo o Sindicato Rural. "Quem está vendendo está cumprindo contratos", pontuou ainda o produtor rural, que preside também o sindicato da categoria.
Em todo o estado a comercialização alcançou 25,6% até o início de junho, conforme levantamento do Imea. O percentual está inferior ao registrado no igual período de 2013, época em que chegava a 28,7%.
A temporada 2013/14 deve consolidar uma baixa no volume a ser colhido. A queda de 31,6% ocorre influenciada pelos menores investimentos safra realizados neste ano, materiais de menor tecnologia, além das adversidades climáticas (excesso de chuva na época da colheita da soja), bem como a semeadura do cereal fora do período ideal.
Estimativa do setor produtivo é retirar dos campos 15,4 milhões de toneladas do milho segunda safra. Um ano antes foram 22,5 milhões de toneladas, uma marca histórica para a produção desta cultura.
Fonte: G1, 2 de julho