Embrapa e UFPR desenvolvem primeiro inoculante para milho e trigo
6/8/2009 11:51:35



Produtores brasileiros de milho e de trigo têm acesso, a partir de agora, a um produto biológico capaz de ampliar a produtividade e reduzir a utilização de fertilizantes químicos. O primeiro inoculante comercial para o milho e para o trigo, disponível no mercado brasileiro, foi desenvolvido pela Embrapa Soja (Londrina-PR) e pela Universidade Federal do Paraná, em parceria com a iniciativa privada. “Ensaios conduzidos em cinco anos mostraram incrementos médios de 25% a 30% no rendimento do milho e de 8% a 11% no rendimento do trigo”, explica a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja.

De acordo com cálculos realizados pela pesquisadora, a adoção da tecnologia de inoculação com Azospirillum, somente para a cultura do milho, pode resultar em uma economia estimada em U$1 bilhão por safra, considerando uma área cultivada de 13 milhões de ha, com um rendimento médio de 3.200 kg/ha. Mariangela explica que o novo inoculante é fruto de pesquisas realizadas, nos últimos 10 anos, que envolvem desde a seleção de várias estirpes da bactéria Azospirillum brasilense que promove crescimento em milho e trigo, até o desenvolvimento do produto. “Esta bactéria é capaz de realizar o processo de fixação biológica do nitrogênio e de promover o crescimento das plantas, pela produção de diversos hormônios vegetais que resultam em um maior crescimento das raízes e, consequentemente, em maior absorção de água e nutrientes”, explica Mariangela.

Segundo ela, seis estirpes de Azospirillum brasilense foram aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a produção de inoculantes comerciais. Essas estirpes passaram a ser distribuídas para as empresas que tivessem interesse em produzir inoculantes. O produto já está sendo comercializado a R$ 10 dose/hectare pela Stoller do Brasil, que tem capacidade para produzir 300 mil doses por mês.

Recomendação Técnica - A inoculação com Azospirillum é feita com a aplicação do produto sólido (como turfa) ou líquido nas sementes. “Uma vez que o inoculante carrega microrganismos vivos é preciso estar atento à sua manutenção em temperaturas adequadas, a não exposição direta ao sol, a não aplicação conjunta com agrotóxicos, entre outros procedimentos habituais a quem realiza inoculação na soja”.

Fonte: Gazeta de Cuiabá, 5 de agosto

 

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