5/2/2010 10:32:00
A queda nos preços não deve afetar a produção de milho brasileira para a próxima safra, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Para a entidade, é importante que o milhocultor tenha visão de longo prazo e aproveite o excedente para estimular as exportações do grão, ajudando a garantir que os preços cubram os custos de produção.
"Com a produtividade aumentando e sem diminuição da área cultivada, é importante que o produtor enxergue nas exportações uma boa alternativa para continuar plantando milho", afirma o presidente da entidade, João Carlos Werlang.
Ele destaca que, além dos altos estoques de passagem, a alta produtividade da safrinha - decorrente de muitas chuvas especialmente nas regiões Sul e Sudeste e do maior uso de milho transgênico resistente a insetos - ajudaram a derrubar os preços do grão. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços acumularam queda de 5,15% em janeiro.
A expectativa é que a safra atual supere ou, pelo menos, iguale a safra passada, que atingiu 51 milhões de toneladas. "É mais fácil administrar abundância do que escassez", analisa Werlang. "Excesso de milho não é problema. O ruim seria faltar milho", garante. Segundo ele, as exportações esse ano devem ficar em patamar semelhante ao da safra passada, cerca de 8 milhões de toneladas.
"É preciso aumentar as exportações para que a produção nacional não fique estagnada", salienta o presidente da Abramilho. "Além do excesso de milho, o câmbio não ajudou as vendas para o mercado externo nesse início de ano, mas a tendência é que volte a ser favorável", observa.
Sobre a Abramilho
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) é uma entidade civil com sede em Brasília que mantém como afiliados associações estaduais, independentes ou em parceria, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Piauí e também no Distrito Federal. A Abramilho foi criada em 2007, como um movimento espontâneo dos produtores de milho pela necessidade de se organizarem diante dos desafios nacionais e internacionais vivenciados pela cultura nos últimos anos.
Fonte: Revista PorkWorld, 04/02/2010
Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
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