10/3/2010 13:20:39
Bastante utilizados pelos agricultores brasileiros, os Prêmios de Escoamento de Produto (PEP) especificamente para o milho, talvez retornem às páginas dos jornais e sites especializados no agronegócio, ao término da entressafra que se inicia.
Dispositivo corriqueiro no setor agrícola, os leilões realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2009 foram uma das poucas saídas que permitiram que os produtores escoassem – mesmo com prejuízos calculados em R$ 200 milhões, o excedente produzido no estado na safra passada.
Por isso o Delegado da Aprosoja/ núcleo de Lucas do Rio Verde e suplente de deputado federal, Neri Geller, foi esta semana à Brasília, e revestido do direito constitucional pertinente à comercialização agrícola encontrou-se com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Gerardo Fontelles, e Coordenador Geral de Oleaginosas e Fibras do Ministério da Agricultura, Sávio Pereira.
Os técnicos do departamento de Comercialização de Grãos do Governo Federal, segundo Geller, asseguraram que o governo estará mais atento à atual safrinha de inverno que na safra anterior, com a viabilização este ano de recursos que já chegaram à R$ 5,8 bilhões para a comercialização de culturas que, porventura, sejam novamente submetidas à um cenário de quebra na comercialização.
“Assim como eventualmente ocorre com o trigo do sul, o café no nordeste e o algodão no centro-oeste, nós da Aprosoja já estamos preocupados com o que pode acontecer com o milho pois o nosso estado é campeão da oleaginosa no país”, diagnosticou Geller.
Por em prática “um direito dos agricultores”, que “é a garantia de preço mínimo”, é o principal argumento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) para a articulação dessas medidas, e captação de recursos.
Encabeçado por Nery, que através da suplência no congresso nacional também chegou a ser o principal interlocutor dos produtores no advento da renegociação das dívidas, em 2009, o trabalho da Aprosoja vem desde o ano passado sendo acompanhado de perto pelo senador Gilberto Goellner.
As articulações, desde então, sempre foram pela viabilização da atividade, como no exemplo verificado pelas solicitações dos leilões da Conab. O temor justificado pelo Delegado da Aprosoja é que o estado, assim como todo o país, sofra mais uma vez os prejuízos causados por um escoamento moroso, e que deixaram Mato Grosso com a metade de sua produção total, que chegou a quase 7 milhões de toneladas, encalhada pela demora no atendimento.
“Na verdade o governo precisa se mexer logo. Nós estamos cobrando por um trabalho que vem sendo realizado desde o ano passado. Somos produtores comprometidos com o abastecimento de alimentos no mundo, e por isso não podemos parar”, justificou Geller.
Por intermédio da Aprosoja, os recursos demandados pelo governo federal no ano passado visando a continuidade na comercialização do milho somaram R$ 400 milhões para Mato Grosso, permitindo o escoamento de 6,8 milhões de toneladas. Para este ano, a entidade já visa R$ 980 millhões.
Segundo expectativa do suplente de deputado federal, a pretensão este ano é contemplar os produtores o mais cedo possível, para que “quando ele começar a colher, já esteja também podendo fazer a negociação do produto”.
O coordenador explica que “a pressa, lógico, é para uma eventualidade, no caso do milho, que já está com preços ruins, não melhore sua cotação”.
Fonte: Expresso MT
Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
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