9/6/2010 08:38:09
Os baixos índices de chuva registrados na última semana no estado de Mato Grosso ficaram ainda acima da média para o período, o que foi de extrema valia aos produtores de milho safrinha, que vinham sofrendo com uma forte estiagem.
De acordo com Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia, como os solos apresentavam teores mínimos de umidade, as chuvas apenas elevaram parcialmente essa umidade, que mesmo assim continuou abaixo dos 40% - o que continua a prejudicar as lavouras do grão, diminuindo as estimativas de produção de 8,51 milhões para 8,3 milhões de toneladas.
Como não há previsões de chuvas para os próximos 15 dias, as estimativas de perdas poderão aumentar, pois 41% das lavouras de Mato Grosso ainda se encontram em fases suscetíveis à seca.
Por outro lado, o tempo seco e com temperaturas mais amenas irá favorecer a colheita, que avança em ritmo acelerado, já atingindo os 15%, valor ligeiramente superior ao constatado no mesmo período da safra passada, e também maior que a média dos últimos 5 anos.
Mato Grosso do Sul e Goiás
Em Goiás, as chuvas registradas na última semana ficaram acima da média para o período, o que atrapalhou os trabalhos de colheita, que vinham em ritmo bem acelerado, com 12% das áreas já colhidas. Contudo, essas precipitações elevaram a umidade do solo, que estava muito baixa, mas ainda não foram suficientes para repor totalmente a água no solo. Por isso, de acordo com o agrometeorologista da Somar, estão mantidas as perspectivas de um aumento do índice de quebra na produtividade do milho safrinha, que já está em 19%.
Como os modelos de previsão não indicam chuvas para os próximos 15 dias em nenhuma região produtora de Goiás, as lavouras de milho serão ainda mais afetadas, uma vez que 43% das lavouras se encontram em fases extremamente suscetíveis ao déficit hídrico.
Em Mato Grosso do Sul, as chuvas ficaram dentro da média para o período, o que manteve a boa umidade do solo nas regiões sul e centro-sul do estado. Desse modo, continuam as boas perspectivas de produção para as lavouras sul-matogrossense. E como não há previsões de chuvas para os próximos 15 dias sobre o estado, as condições meteorológicas estarão favoráveis à colheita e também ao desenvolvimento das plantas, uma vez que 47% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos e a umidade do solo permanece acima dos 70%.
Paraná
A massa de ar polar que atingiu as áreas produtoras de milho paranaenses nesse começo de semana não foi suficiente para provocar geadas. Apesar de que em algumas localidades do leste a temperatura mínima desta segunda-feira (07/06) ficou em torno de 4ºC a 5°C - temperatura limite para causar danos às plantas.
As chuvas ocorridas nos últimos dias atrapalharam os trabalhos de colheita que vinham em ritmo acelerado, com 16% das lavouras já colhidas. Contudo, segundo Santos, como 42% das plantas ainda se encontram na fase de enchimento de grãos essas chuvas foram benéficas, pois manteve a umidade do solo acima dos 85%, dando pleno suporte ao desenvolvimento e à granação das espigas.
Não há previsão de chuvas para os próximos 10 dias, o que manterá as condições favoráveis à colheita, e mesmo o tempo mais seco não afetará o desenvolvimento das lavouras.
Fonte: Revista Globo Rural
Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
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