9/7/2010 08:52:54
Uma consulta pública sobre mudança nos critérios do milho brasileiro colocou em rota de colisão produtores paranaenses do grão e o Ministério da Agricultura.
Os agricultores do Paraná, que lidera a produção nacional de milho (23% do total), veem a proposta do ministério como incentivo para abandonar o cultivo.
Pesquisa organizada pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) com base nos critérios propostos na consulta apontou que 85% do milho produzido no Estado não estaria em condições de ser comercializado.
Pelos padrões atuais, 97% do milho do Paraná é enquadrado como um dos três tipos do grão (tipos 1, 2 e 3) em condições de ser vendido. ''É um milho de padrão norte-americano'', afirma Flávio Turra, diretor-técnico da Ocepar.
As novas regras sobre as condições de comércio do produto analisam se o grão está quebrado, mofado, queimado ou acompanhado de impurezas.
Os critérios propostos pelo ministério aumentam o grau de exigência com relação a esses problemas do milho.
Defasada
''O que se pede é um ano de prazo para a adaptação às novas medidas e menos rigor'', diz Turra.
Estabelecida em 1976, a atual classificação do milho está defasada em razão dos avanços das tecnologias de produção, segundo o Ministério da Agricultura.
A coordenadora-geral substituta de qualidade vegetal do ministério, Karina Leandro, confirma que a mudança será resultado de um acordo entre os elos da cadeia produtiva após o encerramento da fase de coleta de sugestões, que termina no dia 7 deste mês.
''É uma consulta pública, nada é definitivo ainda. A proposta é a melhor dentro do que a gente estudou, pensando em todos os elos da cadeia, principalmente no consumidor, que vai receber um produto de melhor qualidade'', diz a coordenadora.
Segundo ela, a decisão sobre a nova classificação só deverá sair em agosto, com uma reunião entre todos os setores envolvidos.
A classificação é obrigatória para três situações específicas de mercado: para o milho destinado ao consumo humano, para regulamentar as compras e vendas do poder público e para padronizar as importações do grão.
Fonte: Folha de Londrina
Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
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