Câmara setorial analisa proposta de uso do milho em combustível
8/11/2010 15:21:09



A possibilidade de utilizar o milho como matéria-prima para o etanol foi discutida nesta quarta-feira (27) durante reunião da Câmara Setorial do Milho realizada no Ministério da Agricultura, em Brasília. De acordo com o coordenador-geral de Açúcar e Álcool do Ministério, Tiago Giuliani, a idéia é aproveitar o cereal de forma complementar a produção do biocombustível, que hoje é fabricado, principalmente, a partir da cana-de-açúcar.

“Esta é uma proposta que estamos começando a discutir e temos um longo caminho pela frente, antes que se torne realidade”, explica.

Segundo o coordenador, a proposta pode ser uma alternativa para os períodos de entressafra, tornando o produto competitivo em mercados como os Estados Unidos.

A medida enfrenta resistências. Produtores de aves e suínos, que usam muito milho como ração, alertam para o perigo de falta do produto. No início do mês, durante a divulgação do levantamento da safra 2010/2011, representantes do Ministério da Agricultura falaram sobre a possibilidade de adotar a estratégia de fazer leilão dos estoques públicos dos 5,5 milhões de toneladas de milho para evitar que o custo maior acabe influenciando o preço dessas carnes.

Segundo o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, César Borges, o milho seria usado de forma complementar para diminuir o período de ociosidade da indústria de etanol, que trabalha a todo vapor após a colheita de cana e depois fica meses parada até a colheita seguinte.

"Não é nossa idéia usar o milho como nos Estados Unidos", explicou, depois de dizer que gostaria do apoio do governo. No entanto, ele admitiu que as conversas estão muito no início e, além disso, a maior bandeira do etanol brasileiro no exterior é justamente sua produção a partir de um produto que não serve de alimento para a população: a cana-de-açúcar.

César Borges deve apresentar ainda hoje uma proposta ao governo federal para que sejam acelerados os leilões dos estoques públicos de milho. "Discutimos a volta rápida dos leilões. Agora mais para abastecimento do que para garantia de preços mínimos, já que os preços se elevaram", disse Borges, após reunião da câmara.

Para o ministro Wagner Rossi, o milho é um produto tão importante que necessita de tratamento especial, para ajuste às necessidades do mercado. “Constantes investimentos em infraestrutura, leilões e escoamento da produção vêm harmonizando o setor”, destaca.

Fonte: Olhar Direto


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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