Produtores do Paraná reduzem área de milho em quase 20%
12/11/2010 15:52:29



O Paraná reduziu sua área com milho em quase 20%. O clima está assustando o produtor e até a estimativa da Secretaria da Agricultura reflete prováveis veranicos. Quem está plantando para garantir a rotação de culturas adotou a tecnologia BT, que pode ser um aliado a mais em tempos de provável La Niña, mas é preciso buscar informação para não gastar quando a tecnologia garante exatamente redução de custos com inseticidas.

O milho BT promete resistência à lagarta do cartucho, mas uma faixa do convencional precisa ser plantada ao longo da área. A ideia é adiar a resistência que normalmente os insetos desenvolvem a novas tecnologias. A capacidade do milho BT de resistir a ataques de pragas também pode ser útil agora, já que as lavouras estão sob o risco do La Niña.

Depois de cinco anos sem plantar milho, o agricultor Milton Casarolli semeou 50 hectares com o BT pela primeira vez neste verão, mas somente por conta da rotação de culturas. O foco foi a redução de custo de manejo.

– Numa época muito seca, a infestação de lagarta é muito grande. Teve ano que eu fiz cinco aplicações e judia demais da lavoura. No milho BT, você vai fazer uma, talvez, e já dá uma diferença muito grande – explica ele.

Mesmo com o avanço do milho resistente à lagarta do cartucho, uma das principais pragas da cultura, o Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Agricultura, estima que a produtividade deve ser 4% inferior em relação à safra passada.

O Estado tem 742 mil hectares semeados com milho, redução da área em 17% em relação ao verão passado. A produção prevista é de 5,4 milhões de toneladas. A pesquisa indica que mais de 70% das lavouras do Paraná são de milho BT. O pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rodolfo Bianchi, alerta que, apesar da tecnologia prometer redução na aplicação de inseticidas, muitos produtores seguem a recomendação de pulverizar o produto quando a infestação passa de 20% da lavoura. Ele aconselha um acompanhamento das lagartas, já que a tecnologia BT mata o inseto por intoxicação dentro de poucos dias.

– Se ela (a lagarta) começa a ficar mais clara é porque parou de comer e, se parou de comer, não é mais praga, porque não ataca mais a lavoura. Esse ano, a gente avaliou algumas áreas que tinham um primeiro indicativo de aplicar o inseticida. Mas, avaliando a lagarta, 80% das áreas que avaliei dispensei a aplicação.

Fonte: CANAL RURAL


Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo
Tel.: (31) 3027-1223
gfviana@cnpms.embrapa.br

 

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