Só milho da Argentina pode reequilibrar mercado, avalia consultor
29/11/2007 09:02:46



A liberação da importação de milho da Argentina para abastecer o Norte e o Nordeste e estados como Santa Catarina é a melhor decisão de curto prazo que o governo pode tomar no momento para reequilibrar o mercado, na opinião do diretor da Céleres Consultoria, engenheiro agrônomo Leonardo Sologuren. “Diante da pulverização dos estoques e das dificuldades internas de logística, o custo de abastecimento desses locais já ultrapassou o custo de importação”, explica o consultor, para quem “ tais Estados estão sendo penalizados devido à antiga discussão sobre milho transgênico que já deveria ter sido superada”.

De acordo com Leonardo Sologuren, até agora o abastecimento estava sendo contornado com importações do milho do Paraguai que, no entanto, já não dispõe de oferta excedente. “A solução econômica mais viável, no momento, é importar milho da Argentina”, reitera. Deixa claro, porém, que se trata de uma solução de curto prazo a ser tomada unicamente para regularizar as dificuldades pontuais de mercado. “No ano que vem a pressão sobre nossas exportações de milho continuarão crescendo e o melhor que o Brasil tem a fazer é investir em expansão de área plantada e em aumento de produtividade”, avalia.

A estimativa de produção de milho para o Norte e Nordeste, segundo a Céleres, é de 4,5 milhões de toneladas na safra 2006/2007 mas esses Estados, conforme explica, não terão previsão de nova colheita tão cedo, uma vez que a chamada “safra de verão” só começará a ser plantada em dezembro/janeiro. Apenas a Bahia planta essa safra mais cedo, em conformidade com a época de plantio que ocorre no Sul e Sudeste. “Para eles, o atual custo de importação de milho dos outros estados produtores está inviável e não há perspectiva de nova produção local”, observa o consultor.

Para o presidente da Abramilho – Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein, outra medida que poderia ser adotada pelo governo neste momento seria a liberação “com urgência” das variedades de milho transgênico, cujo plantio continua impedido pela Justiça. “Estamos defasados tecnologicamente em relação ao milho transgênico por conta de processos de fundo ideológico e é preciso acelerar esse desempedimento judicial. Não tem sentido, mais uma vez, ter que recorrer às importações do milho transgênico argentino e, ao mesmo tempo, não poder plantá-lo em nosso território”.

“Até porque”, completa Klein, “a alegação para impedir a liberação das variedades de sementes já aprovadas pela CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança é a falta de normas claras sobre monitoramento e coexistência do milho transgênico em relação às demais variedades convencionais, enquanto nada disto seria exigido relativamente ao milho importado”.

Fonte: Grupo Cultivar, 28 de novembro

 

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