26/09/2011 14:28:32
O milho na safra 2011/2012 deve aumentar a área de plantio. O produtor José Mário Corrêa, da fazenda Juquiri, na cidade de Cianorte, no Paraná, é um exemplo dessa tendência. Com 300 hectares de área, este ano ele vai destinar 200 hectares para o milho e 100 para a soja, invertendo o plantio dos anos anteriores.
Uma tendência que é verificada nos principais estados produtores do grão. No Paraná a expectativa é de um crescimento de 15% na área do cereal, enquanto a soja irá recuar apenas 1% (4,48 safra 2011 para 4,44, 2012). Goiás e Mato Grosso não acreditam em recuo na área dos dois grãos, entretanto o milhocultor prepara um incremento maior.
O otimismo para as novas safras de milho e soja no Brasil, deve seguir elevado no próximo ano. Tanto que agricultores dos três principais estados produtores dos grãos do País. Goiás, Mato Grosso e Paraná já adquiriram grande parte dos insumos para a próxima safra em 2012.
No Paraná a ida às compras já foi finalizada, segundo Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral). "Quando o produtor colhe a safra de verão ele já começa a reservar os produtos para a próxima temporada. As cooperativas também ajudam fazendo campanhas para incentivar essa procura", disse.
Para o superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidõnio, o começo do plantio da soja precoce, aguarda o início das chuvas. O estado não possui grande produção de milho que concorre em área com a soja.
Em Goiás, cerca de 50% de todos os insumos necessários já foram adquiridos, com uma previsão de 5% de aumento em área de milho e 2% na soja em 2012. Nesse ano a área total das duas safras de milho não passou de 930 mil hectares, e a soja fechou com 2,6 milhões de hectares. "A produção da milhocultura do estado pode chegar a 7 milhões de toneladas na próxima safra, contra os 5,9 obtidos neste ano. A soja chegou a 8,2 milhões de toneladas, e esperamos 8,5 milhões no ano que vem", contou Leonardo Machado, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
O Paraná que deve aumentar em 13,5% (de 778 mil hectares em 2011, para 882 mil em 2012), a sua área de milho, pode chegar a uma produção de 6,9 milhões de toneladas de milho verão, contra os 6 milhões vistos nesse ano. "Esse crescimento se dará em cima da área de feijão, que perderá 42 mil hectares e de soja com perdas aproximadas de 46 mil hectares", garantiu Margorete.
Juliane Nardelli, gerente de Comercialização da Cooperativa Agrícola Paranaense Cooperante, de Campo do Tenente, prevê que a área de milho avançará 10% em cima da soja. "Aqui teremos um deslocamento na área de soja para o milho que chegará a 10%. O aumento da área de milho seria muito maior se na nossa região não tivesse registrado os problemas de sanidade, com o grão ardido. Os agricultores estão receosos em aumentar mais", frisou.
A redução da área de soja, apesar de pequena, pode gerar uma produção 8,5% menor, passando de 15,3 milhões de toneladas vistas na safra 2010/2011, para 14 milhões no próximo ano. "Essa aposta no milho é porque o preço do produto hoje nos mostra alta no futuro. E como a demanda segue firme essa foi a opção. Isso pode refletir em uma safrinha de milho menor, entretanto ainda é cedo para avaliarmos isso" disse Margorete.
No Mato Grosso o otimismo do milhocultor se reflete em uma expectativa de incremento de área superior a 30% na safra 2011/2012. Segundo Celidônio se o clima for favorável a área plantada pode ultrapassar a casa dos 2 milhões de hectares no plantio de milho", contou.
A produção do cereal no Mato Grosso pode atingir as 8,9 milhões de toneladas no próximo ano, expectativa prevista para este ano, mas que por conta do clima fechou em 7 milhões de toneladas. "Se as chuvas chegarem cedo podemos inclusive superar essa meta de plantar 2 milhões de hectares, até porque o mercado está sinalizando bons frutos para o milho no próximo ano", frisou o superintendente do Imea.
Fonte: DCI
Guilherme Viana (MTb / MG 06566 JP)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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