20/1/2005 (09:39:33)
A tecnologia das barraginhas, cujos trabalhos são coordenados pelo engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo Luciano Cordoval de Barros, é um dos temas expostos durante a quinta edição do Fórum Social Mundial. O evento acontece de 26 a 31 de janeiro em Porto Alegre-RS e dele devem participar mais de 150 mil pessoas de dezenas de países. A construção de mini-açudes (barraginhas) tem como objetivo captar as águas das chuvas, evitando que elas escoem rapidamente, provocando problemas como erosão do solo e enchentes. Essa tecnologia faz com que as águas permaneçam nesses mini-açudes pelo menor tempo possível, de modo que eles se recarreguem o maior número de vezes durante o ciclo chuvoso. Essa tecnologia proporciona elevação do nível de água do lençol freático, revitalização de córregos e rios, maior tempo de umidade dos solos de baixada e diminuição dos efeitos de enchentes e veranicos. A tecnologia é de abrangência nacional, sendo especialmente recomendada para recuperação de regiões degradadas. Beneficia agricultores de todas as categorias, mas os que mais ganham com a implantação das barraginhas são os agricultores familiares. A elevação do nível da água no solo pode ser percebida pelo aumento do nível da água nas cisternas, pelo umedecimento das baixadas e mesmo através do surgimento de minadouros. Dessa forma, as estiagens são amenizadas e os plantios de lavouras, hortas, pomares e a abertura de cacimbas ficam favorecidos. A eliminação do caminhão-pipa nas regiões semi-áridas para o abastecimento humano e animal é outra conseqüência positiva do sistema, que deve estar sempre associado a outras atividades de conservação de solo, como o plantio direto. Na Embrapa Milho e Sorgo, vêm sendo conduzidos estudos com barraginhas há mais de dez anos. Durante o Fórum Social Mundial, as barraginhas serão expostas no espaço reservado à Fundação Banco do Brasil, que mostrará outras tecnologias sociais.