10/6/2005 16:29:09
Depois de mais de cinco anos de pesquisas, a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju - SE) e a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas - MG) - Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - desenvolveram o milho Caatingueiro, totalmente adaptado às condições do Semi-Árido nordestino. O lançamento oficial dessa nova variedade está previsto para abril de 2005.
O milho Caatingueiro tem um ciclo superprecoce. Após o plantio, ele precisa de apenas 90 dias para atingir a época de colheita. Essa superprecocidade é muito importante para assegurar uma boa produtividade em um curto período chuvoso com menos riscos de frustrações de safras, freqüentes no Semi-Árido. Se a distribuição das chuvas for regular, a safra está garantida com 65 a 70 dias de plantio.
A produtividade média do Caatingueiro é de duas três toneladas por hectare, mas tem potencial genético para atingir até cinco toneladas por hectare. A expectativa é que essa variedade atenda às necessidades principalmente dos pequenos produtores familiares, uma vez que aproximadamente 75% das propriedades do Semi-Árido tem menos de 10 hectares, caracterizando uma agricultura de subsistência.
De acordo com o pesquisador Hélio Wilson de Carvalho, da Embrapa Tabuleiros Costeiros - um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Caatingueiro, juntamente com o pesquisador Manoel Xavier dos Santos, da Embrapa Milho e Sorgo - esses pequenos agricultores exploram a terra intensivamente, usando a força de trabalho humana ou animal e implementos agrícolas de baixa eficiência.
"Além disso, eles dispõem de poucos recursos, encontram dificuldades para ter acesso ao crédito e não têm nenhum tipo de orientação técnica" explica Carvalho. Segundo ele, atualmente cerca de 1,5 milhão de hectares do Semi-Árido são cultivados com sementes de milho de baixa qualidade e ciclo tardio, geralmente adquiridas em feiras. "Daí a importância de lançarmos um milho como o Caatingueiro", ressalta o pesquisador, lembrando que esse ecossistema tem uma área de 754.600 quilômetros quadrados e ocupa quase metade das terras do Nordeste.
Eduardo Pinho Rodrigues (MTb 1073/GO)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
Contato na Embrapa Milho e Sorgo: clenio@cnpms.embrapa.br