24/10/2005 13:19:35
O Projeto Ambiental para Inclusão Social: Sistema Barraginhas, coordenado pelo engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), conquistou o primeiro lugar na categoria "empresa" na quarta edição do Prêmio Furnas Ouro Azul. O resultado foi anunciado na noite da última sexta-feira, 21, na sede do jornal Estado de Minas, em Belo Horizonte-MG. Iniciativa dos jornais Estado de Minas, Correio Braziliense, Jornal do Commercio e Furnas Centrais Elétricas, o prêmio reuniu representantes de 48 trabalhos inscritos cujo tema central foi meio ambiente e recursos hídricos. Dezesseis projetos foram reconhecidos, distribuídos em quatro categorias - "estudante" (nível médio e superior), "comunidade" e "empresa". Dos inscritos, 68% são de Minas Gerais.
Já é o quinto prêmio que a tecnologia social das barraginhas conquista desde 2003. Para o coordenador dos trabalhos as premiações são indispensáveis para dar mais visibilidade à tecnologia, tornando-a uma ferramenta em potencial para beneficiar comunidades. "O projeto tem a 'cara' do povo brasileiro. Para cada região, as barraginhas se adaptam às condições climáticas, às características do solo, enfim, às particularidades de cada comunidade", diz. Todos os trabalhos premiados serão conhecidos no próximo dia 31, quando circula caderno especial nos jornais Estado de Minas, Correio Braziliense e Jornal do Commercio, realizadores do prêmio. O patrocínio é de Furnas Centrais Elétricas.
APELO SOCIAL E AMBIENTAL - Segundo Luciano Cordoval, a tecnologia foi implantada em 300 municípios mineiros, sendo que mais de 60 mil barragens já foram construídas com o apoio da Emater-MG. Na região pioneira, em Sete Lagoas, localizada na região central de Minas Gerais, existem mais de cinco mil barragens. O potencial de utilização, de acordo com o agrônomo, é amplo. "Elas podem ser construídas em regiões com registros pluviométricos de 500 mm anuais a 1800 mm anuais. No semi-árido, por exemplo, a barraginha pode captar a água de uma chuva intensa e concentrada e armazená-la para períodos ainda mais secos. Esta é uma das principais vantagens", pondera.
A água captada pelas barraginhas provoca mais umidade em áreas de baixada, favorecendo o surgimento e enriquecimento de mananciais. Outro aspecto positivo é a revitalização de córregos e rios e o surgimento de minas e nascentes. A conseqüência é a amenização das estiagens e o favorecimento do plantio de lavouras, hortas e pomares. "Isso é sinônimo de sustentabilidade na agricultura, com a geração de mais renda e qualidade de vida para as famílias", explica Cordoval. A meta após o reconhecimento, segundo o agrônomo, é dar ainda mais visibilidade ao projeto, classificado como tropical por sua amplitude de aplicação. A técnica é milenar nas regiões desérticas e vem sendo aperfeiçoada pela Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Jornalista responsável: Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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