12/11/2007 14:38:04
Pesquisadores chineses chegaram a variedades de batata-doce com teores de betacaroteno, precursor da pró-vitamina A, até 5 vezes maiores que os encontrados em variedades comuns. Este é um dos resultados que serão mostrados no 2º Encontro Anual de Biofortificação, que acontece de 11 a 14 de novembro, no Rio de Janeiro, sob coordenação da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ). O evento reúne pesquisadores de 7 países ligados ao HarvestPlus e AgroSalud que trabalham pela biofortificação de feijão, arroz, milho, mandioca, feijão caupi e batata-doce.
De acordo com Chunyi Zhang, que responde pelo HarvestPlus na China, o desafio do governo e dos cientistas chineses era aumentar a qualidade nutricional da batata-doce, produto tão consumido quanto o arroz na Ásia, sem perder de vista a produtividade. "Não adiantava ter um variedade rica em micronutrientes mas de baixa produtividade. Culturalmente, o produto seria rejeitado porque na China a primeira preocupação é a quantidade para sustentação de todos".
As novas batatas com tons que variam do amarelo ao laranja consumiram três anos de pesquisas e chegaram num momento de aquecimento da economia chinesa. Com mais recursos, os chineses estão diversificando a dieta e atendo-se a questão de qualidade nutricional dos alimentos.
No Brasil, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) desenvolveram o milho QPM (Qualidade Protéica Melhorada) com 50% mais de lisina e triptofano, aminoácidos essenciais para o metabolismo por responder pela constituição de proteínas, enzimas e outros compostos. A partir de linhagens do QPM e de outras com características de boa adaptação a solo e clima, pretende-se obter novos milhos ricos em betacaroteno, zinco e ferro. A analista Maria Cristina Paes e os pesquisadores Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães e Valéria Aparecida Vieira Quiroz, da Embrapa Milho e Sorgo, estarão presentes no Encontro para partilhar os resultados obtidos até agora.
O HarvestPlus é uma rede de instituições de pesquisa, que atua na América Latina, Ásia, África para melhorar a qualidade nutricional dos alimentos com ferro, zinco e pró-vitamina A. A falta destes nutrientes, principalmente na população mais carente, é responsável pela baixa resistência a doenças, menor desenvolvimento do intelecto e mortalidade de gestantes e crianças menores de 6 anos. A Fundação Bill e Melinda Gates e o Banco Mundial, entre outros, investem mais de US$ 50 milhões no programa e a Embrapa Agroindústria de Alimentos coordena as atividades na América Latina e África.
O AgroSalud é um consórcio de instituições com o mesmo propósito mas com foco na América Latina e Caribe. Fazem parte do consórcio o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), o Centro Internacional de Mejoramiento de Maíz y Trigo (CIMMYT), o Centro Internacional de la Papa (CIP), o Consórcio Latinoamericano y del Caribe de Apoyo a la Investigación y al Desarrollo de la Yuca (CLAYUCA) e a Embrapa. A Canadian International Development Agency (CIDA) é a principal fonte financiadora do AgroSalud.
Outras informações:
Pesquisadora Marília Regini Nutti
(marilia@ctaa.embrapa.br)
Embrapa Agroindústria de Alimentos
(21) 2410 9555 ou 9141 6777
Jornalista Soraya Pereira (MTB 26165/SP)
soraya@ctaa.embrapa.br
Embrapa Agroindústria de Alimentos
(21) 2410 9539 ou 9881 0535
Jornalista Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP)
gfviana@cnpms.embrapa.br
Embrapa Milho e Sorgo
(31) 3779-1123