19/11/2007 11:15:55
Perdas de 15% na produção agrícola: esta é a média aproximada de quanto as plantas daninhas podem, através da competição, prejudicar a produção mundial de grãos. Utilizando esta média como referência, a redução da produção de grãos no Brasil na safra 2006/2007 foi estimada em 15 milhões de toneladas.
Entre as 350 mil espécies de plantas conhecidas em todo o mundo, apenas três mil são cultivadas e cerca de 250 são universalmente tidas como plantas daninhas ou invasoras. Parece contraditório, mas é a realidade, o fato de tão poucas plantas causarem tanto prejuízo econômico.
"A falta de conhecimentos básicos em temas importantes para o manejo das plantas invasoras tem contribuído para a não-utilização de métodos alternativos de controle dessas plantas", explica o pesquisador Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). As conseqüências são o uso indiscriminado de herbicidas e o significativo aumento na contaminação ambiental.
Na Amazônia Brasileira, as espécies econômicas cultivadas e que possuem sistema de produção ou recomendações de manejo (como o cupuaçu, o açaí, o cacau, o guaraná, o milho e a soja, entre outras) têm itens sobre o controle de plantas daninhas. Mas uma quantidade maior de estudos das espécies invasoras é fundamental.
Segundo o pesquisador Paulo Júlio da Silva Neto, da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), "no levantamento realizado dos trabalhos sobre as plantas daninhas, observou-se que a região é imensa e o quantitativo de pesquisadores e instituições que trabalham com o levantamento de espécies de plantas daninhas, métodos de controle e novas descobertas é muito reduzido".
Para discutir diversos assuntos ligados às plantas daninhas, acontecerá em Belém-PA entre 20 e 22 de novembro o I Simpósio Internacional Amazônico sobre Plantas Daninhas. Estão confirmadas as presenças de pesquisadores do Chile, da Venezuela, da Colômbia e dos Estados Unidos, além de especialistas de várias instituições brasileiras.
O público-alvo do simpósio é formado por pesquisadores, professores, técnicos, estudantes, produtores rurais e outros profissionais ligados ao meio rural. O local das discussões é o auditório da Faepa (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado do Pará), que fica na Travessa Dr. Morais, nº 21 / 7º e 8º andares. Para mais informações, o contato é o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) Antônio Pedro de Souza Filho, coordenador-geral do evento, no (91) 3204-1251 ou no apedro@cpatu.embrapa.br. No endereço http://www.sbcpd.org/2_Folder_Programa_simposio.pdf, também há outras informações.
O evento tem como instituição promotora a SBCPD (Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas). São parceiros na realização a Embrapa Amazônia Oriental, a Embrapa Milho e Sorgo, a Faepa, a Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia), a Sagri (Secretaria da Agricultura do Estado do Pará), o Banco da Amazônia, a Adepara (Agência de Defesa Agropecuária do Pará), a Funtec (Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia), a Funagri (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Agropecuário e Florestal da Amazônia) e a Dow AgroSciences.
Clenio Araujo
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
Contatos: clenio@cnpms.embrapa.br / (31) 3779-1172 / (31) 9974-3282