As barraginhas e os lagos de múltiplo uso ou lagos lonados, tecnologias simples que vêm mudando a rotina de falta d'água em diversas regiões brasileiras, principalmente no Semi-Árido, serão temas de seminários que acontecem nesta quarta-feira, 12, em comunidades quilombolas dos municípios mineiros de Minas Novas e Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha. Chapada do Norte, com pouco mais de 15 mil habitantes, é uma das cidades mais pobres de Minas Gerais e sua principal atividade econômica é a agricultura de subsistência. As populações dos dois municípios convivem com a seca a maior parte do ano.

Tanto Minas Novas quanto Chapada do Norte já receberam as barraginhas e os lagos por meio de dias de campo e treinamentos que vem sendo realizados desde 2006. A idéia com os seminários, segundo Luciano Cordoval de Barros, engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), é multiplicar a tecnologia das barraginhas em propriedades familiares para garantir o abastecimento dos lagos de múltiplo uso durante todo o ano para a criação de peixes e irrigação das hortas comunitárias.

"Buscamos aperfeiçoar o sistema das barraginhas e oferecer condições para que os lagos permaneçam com água o maior tempo possível", descreve o agrônomo. As barraginhas são mini-açudes que captam a água das chuvas, impedindo o aparecimento de erosões e recuperando áreas degradadas. O mais importante das barraginhas, no entanto, é a oportunidade de vencer a seca, já que elas mantêm úmido o lençol freático, favorecendo a revitalização de nascentes. Já os lagos de múltiplo uso possibilitam que os açudes impermeabilizados com lona comum sejam usados como reservatórios para abastecimento e irrigação de hortas comunitárias a um baixo custo e com um volume infinitamente superior às caixas d'água.

Os seminários são ações do projeto desenvolvido entre a Embrapa Milho e Sorgo e o "Programa Petrobras / Fome Zero - Desenvolvimento com Cidadania" intitulado "Difusão das tecnologias sociais 'lago de múltiplo uso' e 'barraginhas' no Semi-Árido, no Sertão do São Francisco e na zona urbana". Mais informações podem ser obtidas junto à Área de Comunicação Empresarial (ACE) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3779-1123 ou gfviana@cnpms.embrapa.br .

Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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