Dois deputados federais mineiros visitaram nesta quinta, 12 de junho, a Embrapa Milho e Sorgo. O objetivo de Virgílio Guimarães, do PT, e Paulo Piau, do PMDB, foi conhecer melhor a unidade de pesquisa da Embrapa que fica em Sete Lagoas-MG e, principalmente, saber das demandas da empresa sobretudo no que se refere a maiores aportes financeiros. Virgílio é líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados e Paulo Piau é presidente da Frente Parlamentar Mista da Pesquisa Brasileira.

O diretor-executivo da Embrapa José Geraldo Eugênio de França destacou, durante a visita, a importância que o mundo está atribuindo ao Brasil neste momento e, seguindo o raciocínio, a importância da empresa no atual cenário nacional. Ele lembrou também a necessidade de se dobrar a produção brasileira de milho para atender a parte da demanda internacional por alimento e por produção de matéria-prima energética: "o amarelo do milho vai ser, de fato, ouro". A força do outro produto agrícola pesquisado na unidade da Embrapa de Sete Lagoas, o sorgo, também foi lembrada pelo diretor. Segundo ele, "a Embrapa Milho e Sorgo está em uma situação em que seus dois produtos serão determinantes para o sucesso do Brasil".

A chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo Vera Alves mostrou os principais resultados que a unidade conseguiu nos últimos anos em termos de pesquisa. Ela destacou o aumento da produtividade que o milho teve no Brasil desde a criação da Embrapa e a contribuição da empresa nesse sentido. De uma média de 1.632 kg/ha na safra 1976/1977, o milho subiu para uma média, em 2007/2008, de 4.132 kg/ha. Sobre o sorgo, Vera considera a cultura "bastante promissora devido à sua maior rusticidade em relação ao milho". Entre as várias áreas de pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo, a chefe-geral citou a criação e a manutenção de três BAGs (Bancos Ativos de Germoplasma), que hoje têm cerca de 7.400 acessos de sorgo, 3.700 de milho e 1.700 de milheto, e o melhoramento genético que, na sua visão, "contribuiu para a mudança da base genética do Brasil, influenciando a pesquisa inclusive nas empresas privadas".

Vera mostrou também as dificuldades pelas quais a unidade tem passado. Segundo ela, a limitação orçamentária, a obsolescência da estrutura física, o engessamento institucional, a limitação de pessoal e dificuldades na importação de reagentes, materiais e equipamentos são os grandes problemas que a Embrapa Milho e Sorgo enfrenta. Para amenizar esta situação, ela solicitou aos deputados empenho para que principalmente a questão de orçamento seja melhorada: "o pouco investimento que tem sido feito na empresa nos deixa numa situação de fragilidade extremamente grande", completou.

O deputado Virgílio Guimarães concorda em que é preciso uma mudança para dar mais agilidade à Embrapa. "O apoio à empresa faz parte da busca da soberania nacional", disse ele, afirmando que cada vez mais esta soberania está ligada ao domínio do conhecimento, inclusive o ligado à agricultura. Paulo Piau destacou que, no Congresso Nacional, a Embrapa sempre recebe elogios dos parlamentares, independente de partido político. No entanto, o deputado citou a diferença de tratamento entre ministérios: "o da Agricultura deveria ser responsável pelo fortalecimento dessa atividade. Hoje, o ministério é relegado".

Clenio Araujo
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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