13/8/2008 17:14:56
O município de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha mineiro, faz as contas e comemora a expansão do projeto barraginhas em diferentes comunidades rurais. Na quinta-feira, dia 14 de agosto, a equipe do projeto, liderada pelo engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), estará na comunidade de Cansanção.
Lá, está marcado um dia de campo festivo que vai comemorar o encerramento de uma fase do trabalho com as barraginhas. É o que Luciano costuma chamar de "fase de mobilização", seguido da construção efetiva de 50 barraginhas. Nesta quinta a idéia é construir, em regime de mutirão, um lago de múltiplo uso "para receber as águas minadas por estas barraginhas e mais 70 construídas há cinco anos", explica Luciano.
Segundo o engenheiro, as 70 primeiras barraginhas permitiram a recuperação de várias nascentes d'água. "Agora, com mais 50 intercaladas, esperamos que os minadouros se fortaleçam mais ainda, cremos até no aparecimento de novas nascentes", aposta. O trabalho em Cansanção conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais local.
Em outra comunidade rural, chamada Quilombola de Macuco, o dia de campo será na sexta, 15 de agosto. Lá, o trabalho está numa fase mais inicial: "começaremos as atividades de mobilização e implantação das primeiras barraginhas; serão construídas em torno de 25 em cada uma das três comunidades quilombolas que existem lá", conta Luciano, acrescentando que outra comunidade, Pinheiros, também receberá cerca de 25 barraginhas.
A expansão das barraginhas em Minas Gerais e no Ceará faz parte do projeto "Difusão das tecnologias sociais lago de múltiplo uso e barraginhas no Semi-Árido, no Sertão do São Francisco e na zona urbana", desenvolvido em conjunto pela Embrapa Milho e Sorgo e pelo Programa Petrobras / Fome Zero - Desenvolvimento com Cidadania.
Simples e de fácil construção, as barraginhas são mini-açudes para captação de água de chuva. Poucas horas de trabalho de uma máquina do tipo pá carregadeira são necessárias para construir uma. Entre os benefícios diretos do sistema, estão a elevação do nível do lençol freático, o controle de erosões e de voçorocas e o ressurgimento de vegetação ciliar.
Clenio Araujo
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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