11/2/2009 11:17:05
No segundo dia do Show Rural Coopavel, dois pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) falaram de problemas (ferrugem asiática e buva) que atacam a cultura da soja. Além destes temas, o programa de transferência de tecnologia Balde Cheio foi assunto das palestras técnicas da manhã.
A pesquisadora da Embrapa Soja (Londrina-PR) Claudine Seixas, da área de fitopatologia, mostrou um panorama atual da ferrugem asiática, que continua sendo uma das principais doenças desta cultura em diversas regiões do país. Ela chamou a atenção para diversas questões a que o produtor deve sempre estar atento, como o monitoramento da presença da doença no campo e as condições climáticas. Mas, ressalta, "não existe um fator único ou mais importante".
A seca que aconteceu no Paraná na última safra acabou atrasando a chegada do fungo causador da ferrugem ao estado. Segundo a pesquisadora, muitos produtores fizeram aplicações desnecessárias de fungicidas. A pesquisadora lembra outros pontos importantes: a partir do estádio R6, não é necessário mais o controle da doença; os fungicidas não têm ação instantânea; e outras doenças podem ser mais importantes na lavoura.
Claudine diz que o Paraná tem sido um exemplo no monitoramento das ocorrências de ferrugem devido à atuação tanto da assistência técnica como das instituições de ensino e de pesquisa. Mas alerta que é muito importante que o produtor siga as recomendações, esteja atento às condições climáticas e não se esqueça do que já sabe ou de experiências com a doença em outras safras. Uma boa dica é sempre consultar o site do consórcio antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), coordenado pela Embrapa e que conta com a participação de dezenas de instituições públicas e privadas.
O manejo da buva, uma das principais plantas daninhas que atacam a soja, foi tema de outra palestra. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja Dionísio Gazziero, o produtor deve ter a consciência da importância de manejar adequadamente a planta no campo. E lembra: "o uso de arado, grade ou qualquer implemento que revolva o solo é desaconselhado". Entre os detalhes a se observar no manejo da buva, Gazziero explica que existem biotipos da planta resistentes e que não é bom deixar a área em pousio.
O Balde Cheio, programa de transferência de tecnologias, também foi abordado no Show Rural 2009. O objetivo é capacitar técnicos da extensão rural e produtores, promovendo a troca de informações sobre tecnologias e monitorando impactos nos sistemas de produção. Coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), tem parceiros em vários estados do Brasil. Um dos parceiros, no Paraná, é a Confepar (Agroindustrial Cooperativa Central).
Clenio Araujo (MG 06279 JP)
Jornalista da Embrapa
Atendimento durante o evento: (45) 3220-6767 / clenio@cnpms.embrapa.br