13/2/2009 09:23:50
Durante os três dias do curso de processamento e conservação de alimentos, curiosidade e surpresa foram as expressões mais notadas na fisionomia dos agricultores que participaram da capacitação. Uns por que aprenderam a fabricar corretamente uma conserva de qualidade, outros por que descobriram os erros em suas receitas caseiras, mas a grande maioria, interessada em desvendar a peculiar tecnologia do minimilho.
Com mercado em expansão e consumido intensamente em países como Tailândia e Estados Unidos, o minimilho, uma espiga jovem do milho colhida antes da polinização, começa a conquistar espaço na mesa brasileira. Com a opção de consumo in natura ou em conserva, o alimento pode ser servido em saladas ou como aperitivos, os conhecidos picles. Para isso é preciso submeter a hortaliça a um minucioso processamento.
No curso ministrado no Show Rural Coopavel pelas extensionistas da Emater-PR, Claudete Frasson e Maria Helena Fracasso, e pela pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Valéria Queiroz, agricultores familiares aprenderam regras básicas de colheita de hortaliças, higienização, sanitização e processamento de minimilho. "Passou da porteira do produtor, ele não tem mais como cuidar do produto. Quem define a validade de um produto é quem o faz", alertou a economista doméstica da Emater, Maria Helena, destacando o valor que deve ser dado à higiene durante todas as etapas de conservação do alimento.
O rigor, conforme a assistente social, Claudete, será primordial para que o produto continue a ser comercializado. "Com o minimilho, o agricultor tem mais uma opção de agregação de renda, mas ele precisa estar ciente de que primeiro o consumidor compra um produto com os olhos, depois com o paladar e aí a qualidade do produto fala mais alto e seguindo, cuidadosamente, cada etapa deste curso de conservas, ao final ele terá um produto seguro sanitariamente e com qualidade para ser vendido no mercado alternativo de alimentos orgânicos e saudáveis".
Pesquisadora de segurança alimentar, nutricional e saúde, Valéria Queiroz também frisa que o minimilho não é somente mais uma saída para o campo, mas as pessoas terão à mesa um alimento nutritivo, pouco calórico e rico em fibras. "É uma nova forma de se consumir um derivado da planta do milho", avalia. A procura pelos cursos não foi notada somente durante o Show Rural, a especialista da Embrapa é procurada para ministrar cursos em diversos locais e maiores informações podem ser obtidas no site da Embrapa Milho e Sorgo (www.cnpms.embrapa.br) ou através do endereço eletrônico - sac@cnpms.embrapa.br.
E foi atrás de diversidade, alimento nutritivo e conhecimento que o casal de Marechal Cândido Rondon-PR, Odilvo e Terezinha Ronch, chegou à Coopavel para participar do curso. "Antes eu pensava que sabia produzir alimento em conserva e descobri que cometo alguns erros na higienização e é um novo momento para aprender", anima-se Terezinha. Seu esposo, pensando nos negócios, acredita que o custo e o risco do investimento no minimilho compensam devido "à facilidade que vimos aqui para fabricar conservas, além disso, já produzimos milho, produzir minimilho não será problema".
Atrasada para participar de uma das turmas, a dona de casa, Roseli Boreto, voltou no dia seguinte para participar do curso por inteiro, porque estava curiosa para descobrir o que o minimilho tem de especial e como continuar a fazer suas conservas, agora sem deslizes. "Gosto muito de brincar na cozinha, mas minhas brincadeiras sempre davam em produtos de má qualidade, quero sair daqui sabendo fazer a coisa do jeito certo".
Dalízia Aguiar (DRT/MS 28/03/14)
Jornalista - Embrapa
Show Rural Coopavel - (45) 3220-6767
dalizia@cnpgc.embrapa.br