8/9/2009 11:24:21
Muita gente se lembra de verduras e legumes que costumava comer antigamente e não encontra mais hoje em dia. Mangarito, araruta, jambu, jacatupé são alguns exemplos de hortaliças que estão cada vez mais raras. Muitas eram plantadas nos quintais e, com o crescimento das cidades, perderam espaço.
Agora quem sente saudade desses alimentos poderá voltar a encontrá-los com mais facilidade. Para isso, está sendo implantado um banco de multiplicação das chamadas hortaliças não-convencionais no Centro de Educação Ambiental da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). O trabalho é resultado de uma parceria entre a Embrapa e a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais).
No último dia 03, foi realizado um dia de campo com alunos da Universidade Federal de São João Del Rei para implantação da horta. Ao todo, foram plantados 17 tipos diferentes de hortaliças que não são comuns nos sistemas convencionais de produção e comercialização. A extensionista da Emater-MG, Érika Carvalho, explica que o objetivo é resgatar a cultura do consumo desses vegetais. "São hortaliças usadas tradicionalmente por algumas comunidades, passadas de geração para geração. As pessoas saem da roça, às vezes, levam outras não."
Érika afirma que, além de permitir a recuperação de pratos tradicionais, espera-se oferecer uma maior diversidade de hortaliças aos consumidores. "Podemos ter a oportunidade de comer verduras diferentes. O peixinho, por exemplo, você passa a folha no ovo, na farinha e frita. O sabor lembra peixe. O pessoal adora", conta a extensionista.
O estudante de agronomia Wagner Carvalho participou do dia de campo. Ele mesmo ainda não teve oportunidade de provar algumas das hortaliças que plantou, mas acredita que o trabalho terá bons resultados. "As pessoas mais velhas conhecem e vão incentivando os mais novos a comer", diz. Para o universitário, o cultivo da horta é uma experiência importante em sua formação.
A ideia de implantar os bancos de multiplicação em Minas surgiu de uma conversa entre o pesquisador Nuno Madeira, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), e o coordenador estadual de olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira. Nuno explica que a parceria firmada entre as instituições vai permitir a implantação de hortas em quatro regiões do estado: Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata, Norte de Minas, além da região Central. Haverá multiplicação dos materiais, que poderão ser cedidos aos municípios onde houver interesse pela produção das hortaliças não-convencionais nos viveiros para repassar aos agricultores.
As hortaliças do banco de multiplicação implantado na Embrapa Milho e Sorgo são: araruta, azedinha, beldroega, bertalha, cará-moela, chuchu-de-vento, inhame, jacatupé, jambu, mangarito, mostarda, ora-pro-nobis, physallis, peixinho, taioba, taro, vinagreira.
Interessados em produzir as hortaliças não-convencionais na região de Sete Lagoas podem entrar em contato com Érika Carvalho, pelo telefone (31) 3774-1320.
Texto: Marina Torres (MG 08577 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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