A interação entre os diversos setores que compõem a cadeia produtiva do milho e do sorgo foi apontada como mola propulsora do desenvolvimento destas duas culturas durante a abertura do XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo no último domingo, 29, em Goiânia-GO. A sinergia entre academia, pesquisa e setor produtivo foi elencada como um dos fatores responsáveis pelo domínio tecnológico do Brasil na área de gestão e produção destas duas culturas agrícolas. “Investimentos em ciência, tecnologia e inovação são preponderantes para avanços no conhecimento. Não nos acomodemos para que o Brasil possa vir a ser a fazenda do mundo”, afirmou o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), José Oswaldo Siqueira.

Para ele, as técnicas de produção têm que ser constantemente alimentadas para que o país continue sendo reconhecido por sua eficiência em produção e em produtividade. “O Brasil tem o privilégio de possuir um centro específico que atua em pesquisa, que apresenta competitividade técnica, capaz de oferecer subsídios às outras cadeias produtivas”, disse, se referindo ao papel da Embrapa no desenvolvimento das duas culturas. “Até há pouco tempo, o Brasil importava milho. Hoje, o país detém um dos melhores know-hows na produção desse cereal”, enfatizou. Sobre os estímulos à pesquisa, um dos papéis do CNPq, Siqueira anunciou a abertura de dois editais de fomento: o de número 22, de nome “Repensa”, que disponibilizará R$ 22 milhões para financiamento de redes de pesquisa em sustentabilidade na agricultura, e uma chamada que deverá ser lançada na próxima semana em parceria com o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) para incentivos à agricultura familiar.

A chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Vera Maria Carvalho Alves, descreveu os novos cenários para o milho e o sorgo no Brasil, como a abertura de áreas em diferentes biomas, como no Cerrado e na Amazônia, a necessidade de ações mais contundentes em defesa sanitária e rastreabilidade e antecipou oportunidades. “A produção de etanol a partir do sorgo é estratégica e poderá ser oferecida para agricultores brasileiros. Vislumbramos cenários altamente dinâmicos para assegurar a competitividade da agricultura brasileira”, defendeu. E a interação entre os diversos setores foi também apontada por ela como uma das causas dessa competitividade. “A sinergia entre pesquisa, iniciativa privada e setor produtivo é umas das responsáveis por atender às expectativas dos agricultores e da sociedade brasileira”, reforçou.

O presidente da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo), pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, agradeceu o esforço conjunto da UFG (Universidade Federal de Goiás), em especial do Campus Jataí, e de toda a comissão organizadora do congresso ao realizar uma programação capaz de atender a todo o Brasil. “Temos um recorde de trabalhos científicos inscritos. O congresso deve mostrar a necessidade de se incorporar ao sistema de produção o que já é inovador, para garantir a busca de inovação por parte da agricultura brasileira”, destacou, mesma opinião do reitor da UFG, Edward Madureira Brasil. “No ano em que a universidade completa 50 anos, queremos agradecer o apoio e a confiança demonstrados pela ABMS em trazer o evento para Goiás”, finalizou.

Após a solenidade de abertura, entidades e profissionais que tiveram papéis de destaque no desenvolvimento das culturas do milho e do sorgo receberam homenagens. O XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Transferência de Tecnologia, Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Universidade Federal de Goiás, acontece até a próxima quinta-feira em Goiânia-GO. A promoção é da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo).

SERVIÇO:

Evento: XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo
Local: Centro de Convenções e Eventos da Universidade Federal de Goiás (Goiânia-GO)
Data: de domingo (29/08) a quinta-feira (02/09)

Texto: Guilherme Viana (MTb/MG 06566 JP)
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