16/11/2010 15:11:09
Transferência de tecnologia e avaliação de impactos na saúde pública devido à adoção de alimentos mais nutritivos são duas questões críticas e que serão priorizadas pelos projetos de biofortificação de alimentos. Estas foram duas das principais conclusões da I Conferência Global de Biofortificação que terminou na sexta-feira, 12, em Washington, DC (EUA).
Cerca de 300 pesquisadores e técnicos responsáveis por projetos na América Latina, África e Ásia estiveram presentes e a Embrapa enfatizou a necessidade de mobilizar competências e estreitar parcerias entre os países do Hemisfério Sul, como o Brasil tem feito com os países africanos, para implementar plataformas de desenvolvimento.
De acordo com Howarth Bouis, diretor do HarvestPlus, ainda faltam estudos para melhor compreender como os alimentos impactam na nutrição humana. Por muito tempo, a questão nutrição esteve dissociada da agricultura, mas muitos trabalhos têm mostrado que a sinergia entre agricultura e nutrição pode ser uma das mais eficientes estratégias para combater a má nutrição ou fome oculta.
Depois da Revolução Verde, que priorizou a produtividade, chegou a vez de olhar os alimentos sob a ótica da qualidade nutricional. Batata-doce de polpa alaranjada, por exemplo, é uma fonte interessante de vitamina A. Sem essa vitamina, o organismo fica suscetível a doenças e ao comprometimento da visão. Pesquisas nesta linha têm sido desenvolvidas no Brasil pela Embrapa Hortaliças como parte do projeto BioFORT, liderado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos.
“Se alguém quiser saber o que é biofortificação precisa ver os trabalhos no Brasil”, frisou Bouis na abertura da Conferência. É que o Brasil é o único país que conduz trabalhos simultâneos de melhoramento com oito culturas básicas: arroz, feijão, feijão-caupi e trigo para maiores teores de ferro e zinco; mandioca, milho, abóbora e batata-doce para maiores teores de vitamina A.
Francisco Reifschneider representou a Embrapa no Painel Caminhos a Seguir. Segundo ele, a mobilização de competências tem que crescer para formar uma comunidade de biofortificação e, assim, caminhar para dar visibilidade aos resultados já obtidos e seus impactos.
Ele frisou a necessidade de estreitar a cooperação Sul-Sul (América Latina, África e Ásia) devido aos problemas, soluções e competências em comun e que precisam ser compartilhadas. “Não é possível pensar em programas sem estas interfaces, mas primando sempre pela ciência de qualidade. Por exemplo, o Brasil está construindo uma plataforma de inovação agrícola com Moçambique e a iniciativa tem conquistado apoio de agências internacionais como Banco Mundial e DFID”.
Mais informações sobre a Conferência e acesso aos slides dos palestrantes podem ser obtidos no blog http://biofortconf.ifpri.info/. Ele tem recurso para leitura em português e será mantido para dar continuidade às discussões. A I Conferência de Biofortificação foi organizada pelo HarvestPlus, um programa do Grupo Consultivo em Políticas de Agricultura Internacional (CGIAR) e contou com o apoio do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e o Instituto Internacional de Pesquisa em Políticas de Alimentos (IFPRI).
Outras informações:
Pesquisadora Marília Nutti (Marilia@ctaa.embrapa.br)
Líder do projeto bioFORT
Pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos
(21) 3622-9600
Soraya Pereira (soraya@ctaa.embrapa.br)
Embrapa Agroindústria de Alimentos
(21) 3622-9739
Jornalistas Guilherme Viana e Marina Torres
Embrapa Milho e Sorgo
(31) 3027-1272
Clenio Araujo (MG 06.279 JP)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
Tels: (31) 3779-1172 / (31) 9974-3282
clenio@cnpms.embrapa.br