Com a presença do Governador Renato Casagrande, ao lado do secretário de Estado de agricultura, Enio Bergoli, do diretor presidente do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), Evair Vieira de Melo, e do pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo e presidente da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, Reinaldo Lúcio Gomide, o presidente do Instituto Nacional de Meteorologia, Divino Moura, e de outras autoridades estaduais e nacionais, o XVII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia (CBA) teve início nesta segunda-feira (18), com abertura oficial no Sesc em Guarapari, região Metropolitana da Grande Vitória. O CBA tem o tema 'Riscos climáticos e cenários agrícolas futuros' e possui a programação voltada para a troca de experiências em diferentes áreas do conhecimento entre os participantes.

Esta é a primeira vez que o CBA acontece no Espírito Santo, e durante os três dias de evento, terça (19), quarta (20) e quinta-feira (21), os pesquisadores, técnicos, estudantes e empresários de diferentes estados e de outros países, estarão envolvidos em palestras, apresentações de trabalhos, mesas-redondas e minicursos, voltados para o estudo da agrometeorologia em nível internacional e nacional.

O governador Renato Casagrande foi o palestrante convidado para a abertura do congresso e falou sobre "Riscos Climáticos e seus impactos na sustentabilidade". Casagrande fez um breve relato sobre os extremos do clima capixaba, que intercala períodos de estiagem com fortes chuvas, exigindo constante adaptação da população capixaba e medidas mitigadoras por parte do Governo do Espírito Santo.

"Hoje temos quase sete bilhões de pessoas no planeta e os impactos do clima são maiores, exigindo dos governantes rapidez, eficiência e novas técnicas para acompanhar estas mudanças. No Espírito Santo, iniciamos alguns importantes projetos para colaborar com a sustentabilidade do crescimento acelerado que experimentamos nos últimos anos, como o Programa de Recomposição Florestal, que pretende recuperar 30 mil hectares de florestas nos próximos três anos. Além disso, também estamos investindo na ampliação da nossa rede de estações meteorológicas e vamos adquirir um radar, que vai reforçar nossa capacidade de antever eventos climáticos extremos, com a possibilidade de emitir alertas à população, além de ampliar a confiança dos produtores rurais nos diagnósticos do clima emitidos pelo Incaper", destacou.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou que as informações agrometeorológicas são essenciais para a produção agrícola. "Cada vez mais estamos sentindo os efeitos das mudanças climáticas que afetam fortemente a agricultura e a tornam vulnerável. As informações precisas sobre o clima minimizam os riscos nas culturas, garantem boas produtividades, diminuem custos de produção e melhoram a renda dos produtores rurais. Tenho certeza que os mais de 520 trabalhos que estão inscritos aqui vão contribuir para tornar mais fáceis os desafios da agrometeorologia", afirmou o secretário.

Para Evair Vieira de Melo, as civilizações mais antigas já utilizavam o conhecimento do clima para produzir e viver melhor. "Relatamos o tempo e o clima como se fossem assuntos atuais, mas as populações antigas buscavam o conhecimento meteorológico para prevenirem a seca e as fortes chuvas e enchentes. Portanto, temos aqui a consolidação do conhecimento com o clima, levando soluções para sociedades", destacou o diretor presidente.

"A agrometeorologia é uma importante área de estudo no Brasil atualmente, pois nossa dimensão geográfica torna o monitoramento mais complicado, sendo um desafio para nossos profissionais, que utilizam do zoneamento agrícola e de modelos meteorológicos, além de outras técnicas, para permitir ao setor agrícola tomar decisões na produção da agricultura e pecuária brasileiras", frisou o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) e presidente da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, Reinaldo Lúcio Gomide.

"As cadeias produtivas são muito dependentes das variações meteorológicas e estamos aqui para discutir as convivências com essas mudanças e o principal: como treinar e capacitar os profissionais para transformar dados em informações tão essenciais para a sociedade", destaca José Geraldo Ferreira, pesquisador, coordenador de agrometeorologia do Incaper e presidente do XVII CBA.

Durante os três dias de congresso, estarão em pauta temas como os riscos climáticos e impactos na sustentabilidade, energia na agricultura, sensoriamento remoto, além de assuntos referentes aos períodos de seca, que têm foco nos debates. "O mundo tem enfrentado maior severidade nos fenômenos meteorológicos. Entre eles, as secas prolongadas e o excesso de calor, que têm sido os principais fatores de perdas e prejuízos nas lavouras", diz José Geraldo.

O presidente do CBA 2011 acrescenta que entre os participantes, estarão 30 técnicos do Incaper, que irão socializar o conhecimento adquirido entre os produtores rurais capixabas durante o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e assistência técnica oferecidos pelo Instituto nos 78 municípios do Estado.

Cerca de 600 pessoas devem participar do congresso nos próximos dias. Os minicursos oferecidos durante o evento vão abordar temáticas como as aplicações de radar meteorológico na agricultura e assuntos relacionados ao manejo de irrigação das lavouras. "O evento foi organizado de maneira que o congressista possa participar de toda a programação", acrescenta José Geraldo. Além das palestras, serão apresentados mais de 500 trabalhos científicos desenvolvidos por pesquisadores e universidades de várias regiões do Brasil.

Ainda na abertura do evento, dois pesquisadores brasileiros foram homenageados pelo longo trabalho e dedicação na área da agrometeorologia. O Consultor e pesquisador, Luis Marcelo Aguiar Sans, e o pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Gilberto Chohaku Sedyama, receberam uma placa e uma mensagem de honra.

O Congresso também tem uma feira com cerca de 13 estandes de organizações públicas e privadas, além da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia e de empresas voltadas para o monitoramento do clima. A feira, denominada Expoagro 2011, traz de equipamentos e produtos relacionados ao monitoramento, estudo e pesquisa em agrometeorologia, meteorologia, hidropologia, irrigação e drenagem, engenharia ambiental e bioenergia.

O prazo para inscrições via internet já foi encerrado e os interessados devem se inscrever no local do evento, nos próximos dias, de acordo com a disponibilidade de vagas. Informações podem ser obtidas pelos telefones da comissão executiva do XVII CBA (27) 3636-9882, (27) 3636-9883 e (31) 3899-1898, ou pelo endereço eletrônicocba2011@incaper.es.gov.br.

A programação e horário das inscrições estão disponíveis no site oficial do Congresso, pelo endereço http://www.sbagro.org.br/cba2011.

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