17/10/2011 16:22:18
O milho é fundamental para alimentação humana e para as cadeias produtivas de aves, suínos e bovinocultura leiteira, uma vez que é o principal insumo das rações animais. A planta de milho tem origem na América Central e foi por meio das grandes navegações do século XVI e do início do processo de colonização da América que a cultura se expandiu para outras partes do mundo. Hoje é cultivado e consumido em todos os continentes e sua produção só perde para a do trigo e do arroz.
Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira de milho da safra de 2010/2011 deverá ficar em torno de 57,5 milhões de toneladas. As condições do cenário internacional de retração da oferta e aumento de consumo, aliadas às condições de quebra no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sinalizam para um cenário favorável de preço. Se tomarmos como base os dois principais estados produtores, Mato Grosso e Paraná, constataremos que em julho de 2011 a saca de 60Kg estava cotada em R$ 17,54 e R$ 24,23, respectivamente, bem acima do registrado no mesmo período do ano de 2010.
O relatório de oferta e demanda de setembro de 2011 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), também gerou perspectivas altistas de preços de milho no mercado externo para a safra de 2011/2012. Segundo esse documento, os principais motivos da alta dos preços seriam a quebra da safra norte-americana, o aumento da demanda mundial pelo cereal (em função do aumento das importações da China) e a diminuição do volume de exportação dos Estados Unidos em 10,1% em relação à safra de 2010/2011 e em 16,7% em relação à safra de 2009/2010.
Diante da situação otimista do mercado para os produtores de milho, a Embrapa Transferência de Tecnologia, Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Tabuleiros Costeiros, Unidades Descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, indicam 11 cultivares para as diferentes regiões produtoras do País para a safra 2011/2012, a saber: BR 205, BR 206, BRS 1010, BRS 1030, BRS 1040, BRS 1055, BRS 1060, BRS 2020, BRS 2022, BRS 3035 e BRS Gorutuba.
BR 205 - híbrido duplo precoce com alta produtividade, adaptado às regiões tropicais, com tolerância à toxidez de alumínio e ao estresse hídrico. As plantas apresentam altura de 234 cm e as espigas 124 cm. Tem cor de grão amarelo-alaranjada, semidentado e empalhamento excelente, o que protege os grãos contra o ataque de pragas, além de reduzir perdas causadas por podridão. Seus grandes diferenciais são alta produtividade, rusticidade e resistência ao acamamento.
BR 206 - tem ampla adaptação, com rusticidade e alta resposta de tecnologias. No plantio tardio (safrinha), época em que é maior a probabilidade de ocorrência de déficit hídrico, a rusticidade de um híbrido é importante para garantir altas produtividades. O BR 206 se ajusta tanto às épocas de plantio normal quanto às épocas de plantio tardio. A rusticidade do BR 206, caracterizada pela tolerância a toxidez de alumínio e resistência à seca, é fator essencial para a estabilidade da produção, enquanto que sua resposta ao manejo tecnológico possibilita grandes produtividades às lavouras. A arquitetura do BR 206 é de folhas eretas e sua alta resistência ao quebramento do colmo permite a utilização de maiores densidades de plantio, facilitando a colheita mecânica. Essa cultivar possui ainda excelente empalhamento de espigas, com grãos semidentados de coloração laranja-avermelhada e de altíssima densidade.
BRS 1010 - híbrido simples que apresenta adaptação ampla às regiões Sudeste, Centro-Oeste, norte do Paraná, sudoeste da Bahia e sul dos estados do Maranhão e do Piauí. Seu ponto forte é o alto potencial produtivo. Apresenta boa sanidade de planta, é resistente à Phaeospheria e moderadamente resistente à mancha de Cercospora, duas das principais doenças da cultura do milho. Tem mostrado alta eficiência na utilização de fósforo, reduzindo os riscos causados pelos veranicos e contribuindo para maior estabilidade de produção. Esse híbrido simples tem boa resistência ao acamamento e ao quebramento, grãos laranja-avermelhados e espigas bem empalhadas.
BRS 1030 - híbrido simples indicado para os produtores rurais que utilizam alta tecnologia. Possibilita alta produtividade, tem ótima estabilidade de produção e boa resistência tanto ao acamamento quanto ao quebramento do colmo. Tanto em ambientes acima quanto abaixo de 700 metros, tem mostrado alta produtividade. Apresenta resistência a várias das principais doenças foliares que atacam a cultura do milho no Brasil.
BRS 1040 - híbrido simples de ciclo semiprecoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, bom empalhamento, boa resistência ao acamamento e quebramento e resistência à Cercosporiose. Adapta-se a diversos tipos de ambiente, estresse hídrico, safra e safrinha e terras altas e baixas. Produz silagem com ótima digestibilidade da matéria seca.
BRS 1055 - híbrido simples de ciclo semiprecoce com porte médio/alto, indicado para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Para plantios em safra e safrinha, sem restrições de altitude. Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, alta prolificidade, boa resistência ao acamamento e quebramento, boa resistência a duas doenças (Cercosporiose e Mancha Branca) e é mau hospedeiro de nematoide Meloidogyne javanica. Para produção de silagem, apresenta plantas de porte alto com ótima produção de massa e excelente digestibilidade de matéria-seca.
BRS 1060 - híbrido simples de ciclo semiprecoce com porte baixo, indicado para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios em safra e safrinha, sem restrições de altitude. Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, excelente tolerância ao acamamento e quebramento e é mau hospedeiro de nematoide Meloidogyne javanica. Para produção de silagem, apresenta plantas de porte médio com ótima produção de massa e ótima digestibilidade de matéria-seca.
BRS 2020 - adapta-se a diversos ambientes e sistemas de produção, com excelente relação entre produtividade, custo e qualidade. Além disso, associa alta produtividade com estabilidade de produção, sendo bastante competitivo em relação aos melhores híbridos do mercado. É de ciclo precoce, tem porte baixo, excelente empalhamento e grãos do tipo semiduro, alaranjados e de ótima sanidade. É recomendado para plantio na safra de verão e apresenta também bom desempenho na safrinha nos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
BRS 2022 - híbrido duplo de ciclo precoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios na safra e safrinha. Apresenta baixo custo, apropriado para a agricultura de baixo investimento, alto potencial produtivo, excelente tolerância ao acamamento e ao quebramento, boa resistência a três doenças foliares (Ferrugem Polissora, Cercospora e Mancha Branca).
BRS 3035 - híbrido triplo de milho de ciclo superprecoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Apresenta bom potencial produtivo, tolerância ao acamamento e quebramento, resistência a duas doenças foliares (Cercospora e Ferrugem Comum) e é mau hospedeiro de nematoide Meloidogyne javanica. É mais indicado para plantios de safrinha.
BRS Gorutuba - variedade de ciclo superprecoce indicada para regiões onde o período chuvoso pode não ser longo o suficiente para que as cultivares de ciclo precoce complete seu ciclo reprodutivo sem redução do potencial produtivo. Atinge o florescimento masculino 6 a 7 dias antes das variedades precoces e, até a maturação fisiológica, essa diferença pode chegar a 15 ou 20 dias. Pode também ser uma opção para regiões de grande potencial agrícola como a do Agreste nordestino, visando atender às exigências do zoneamento agrícola de risco climático em plantios tardios.
INFORMAÇÕES SOBRE AQUISIÇÃO DE SEMENTES
Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Sete Lagoas
Rodovia MG-424, Km 45 – Caixa Postal 151
CEP 35701-970 – Sete Lagoas/MG
Telefone: (31) 3027-1230
E-mail: enset.snt@embrapa.br
Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia no Triângulo Mineiro
Rua Johen Carneiro, 600 - Bairro Lídice
CEP 38.400-070 – Uberlândia/MG
Telefone: (34) 3231-8555
E-mail: enudi.snt@embrapa.br
Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Petrolina
Rodovia BR 122, Km 50 - Zona Rural - Caixa Postal 23
Telefone: (87) 3862-2839
CEP 56.320-700 – Petrolina/PE
E-mail: enpnz.snt@embrapa.br
Texto
Isaac Leandro de Almeida e Lucas Tadeu Ferreira (MTb-DF 3032 e Conrerp-DF 620)
Embrapa Transferência de Tecnologia
Gerência de Promoção Tecnológica
E-mail: isaac.leandro@embrapa.br
Fone: (61) 3448-1824
Com a colaboração de Luiz Antônio Laudares Faria (EN/Sete Lagoas)
Na Embrapa Milho e Sorgo:
(31) 3027-1272 ou ace@cnpms.embrapa.br .