02/07/2012 09:38:13
A Embrapa teve aprovado pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) registro da marca "barraginhas", que designa a tecnologia. A proteção vale para duas especificações de uso. A primeira refere-se a estudos para projetos técnicos, pesquisas geológicas e técnicas, análises de material e de solo, hidrologia e pesquisas agropecuárias. A segunda especificação é para uso em colóquios, conferências, congressos e treinamento através de oficinas de trabalho.
Um dos principais motivos de a empresa ter solicitado o registro é continuar divulgando e instalando a tecnologia em diferentes regiões do país. Esse trabalho vem sendo desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), desde a década de 1990, começando por Minas Gerais e espalhando-se pelo Brasil.
Hoje, há cerca de 500.000 barraginhas em todo o país. Apenas em Minas Gerais, são aproximadamente 300.000 em mais de 500 municípios, sobretudo do Cerrado e do Vale do Rio São Francisco. No Nordeste, são cerca de 30.000 barraginhas, sendo que o estado em que a tecnologia está mais disseminada é o Piauí, com 12.000 em 30 municípios. O segundo estado com maior número é o Ceará e, em terceiro, está a Bahia.
Luciano lembra que, em 2003, as barraginhas obtiveram o certificado de tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil, o que "possibilitou receber dotação de recursos para sua introdução no estado do Piauí, depois em outros estados, ou seja: foi como sair da informalidade". Para ele, o registro no Inpi "funcionará de forma parecida, como um documento de identidade junto às instituições parceiras. Não mudará nada, a tecnologia continuará sua caminhada normal em prol da qualidade de vida das famílias das comunidades rurais brasileiras, carentes principalmente de água para plantar e para beber".
A manutenção da qualidade no uso da tecnologia é outro ponto importante, na visão de Márcio Cota Junior, também da Embrapa Milho e Sorgo, que trabalhou na solicitação do registro junto ao Inpi. Segundo ele, é preciso garantir que os trabalhos com barraginhas sejam realizados seguindo os critérios de qualidade estabelecidos pela Embrapa. Nesse sentido, o registro veio em um momento importante, pois ajudará a garantir o nível dos trabalhos com barraginhas Brasil afora. A validade da proteção é de 10 anos, contados a partir de março de 2012. O prazo pode ser ajustado de acordo com a conveniência da empresa.
Perguntado sobre a sensação de ver o trabalho com as barraginhas espalhando-se por várias regiões do Brasil, Luciano diz que "a cada desafio vencido, vem aquela sensação do dever cumprido. Tenho tido e vivido momentos especiais. Costumo dizer que, nessa caminhada, tenho tido o privilégio de conhecer e trabalhar com as pessoas mais bem intencionadas desse país". Uma reflexão sincera sobre o trabalho incessante de levar uma tecnologia simples e eficiente, que tem contribuído para a melhoria do padrão de vida de milhares de produtores e comunidades rurais em todo o país.
Texto: Clenio Araujo (MG 06279 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) / www.cnpms.embrapa.br
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