"Diversidade e Inovações na Era dos Transgênicos" é o tema do 29º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que ocorre entre os dias 26 e 30 de agosto em Águas de Lindóia-SP.

O evento tem sua programação técnico-científica organizada em uma conferência, 12 palestras e 18 painéis, além de contar com apresentação de pôsteres, com resultados de pesquisa, e quatro minicursos, visando propiciar treinamento para extensionistas e produtores.

O presidente do Congresso e pesquisador de Instituto Agronômico (IAC) Aildson Pereira Duarte destaca que o evento, além de valorizar tecnologias geradas pela pesquisa, tem também a proposta de resgatar o papel da assistência técnica e do ensino no desenvolvimento das cadeias produtivas de milho e sorgo. Nesse sentido, os minicursos foram concebidos para atender a assistência técnica, os agricultores e foi programado um painel sobre o ensino e a demanda profissional na área de milho e sorgo.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Antônio Álvaro Corsetti Purcino considera que um dos papéis do Congresso é o de consolidar pacotes de tecnologias que podem ser transferidas para os produtores. Ele destacou que um grande desafio atual é desenhar e implantar um programa público-privado, visando dar sustentabilidade e crescimento à produção e produtividade do milho.

"Em pouco tempo, o mundo vai precisar de muito mais milho do que consome atualmente. A população tem crescido e o poder de compra das famílias também. E quem tem mais chance de atender a demanda mundial é o Brasil. Acredito que nosso país rapidamente passará das 60 a 70 milhões de toneladas de milho que produz para 80, 90 até 100 milhões de toneladas", afirmou Antônio Álvaro na abertura do Congresso.

Ele ressaltou que a conjuntura nunca foi tão favorável. "Temos altos índices de produtividade e preço compensador. A cultura do milho tem mostrado ganhos de produtividade como nenhuma outra e isso se deve à adoção de tecnologias."

O chefe da Embrapa Milho e Sorgo também apresentou um perfil dos produtores de milho no Brasil. "Há mais de um milhão de produtores. Desses, 30 mil têm alta performance, com uso de tecnologias e capacidade gerencial. Outros 150 mil produzem de maneira razoável e têm a atividade lucrativa. Por outro lado, existem mais de 900 mil produtores que não conseguem pagar suas contas. Estão no vermelho." Antônio Álvaro chamou a atenção para a importância de transferir tecnologias para esse último grupo de produtores.

Ele considera que o momento é também muito propício para o sorgo, principalmente tendo a cultura como matéria-prima para geração de energia. "O sorgo sacarino como produtor de etanol pode abastecer as usinas na entressafra da cana. Temos de consolidar casos de sucesso e isso significa produzir mais de três mil litros de etanol por hectare na safra do sorgo, que é de quatro meses. Há também o sorgo para ser usado como biomassa, para ser queimado, gerar calor e produzir energia, também muito promissor".

O presidente da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) e pesquisador da Embrapa Ivan Cruz destacou a diversidade do público do Congresso, com mais de 1.100 participantes. "Temos presentes pessoas de todas as regiões do país, da academia, de cooperativas, instituições de pesquisa, empresas de sementes, gente jovem e mais experiente. Isso é muito importante e gratificante."

Ivan Cruz ressaltou que o evento traz inovações importantes para as culturas do milho e do sorgo. "Temos tecnologias que nos permitem sonhar com dispor de milho e sorgo competitivos com culturas de qualquer lugar do planeta", enfatizou.

Serviço

A 29° edição do Congresso Nacional de Milho e Sorgo, promovida pela ABMS e organizada pelo IAC, é realizada no Centro de Convenções do Hotel Majestic, em Águas de Lindóia-SP, até 30 de agosto. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.milhoesorgo.com.br

Texto: Marina Torres (MG 08577 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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