26/09/2012 08:05:02
Esta semana, de 25 a 28 de setembro, ocorre em Janaúba-MG a oficina de planejamento do projeto "Rede de Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável do Território da Cidadania Serra Geral no Plano Brasil Sem Miséria", o Rede Geral .
O projeto tem o objetivo de organizar uma rede de parceria territorial e entre unidades da Embrapa para capacitação de extensionistas e agricultores em estratégias de inclusão produtiva e métodos participativos de assistência técnica e extensão rural. Busca, assim, garantir a produção sustentável por agricultores familiares e a viabilização socioeconômica desse importante contingente da sociedade civil, na perspectiva do desenvolvimento regional e territorial.
O Rede Geral é ligado ao Plano Brasil Sem Miséria, do Governo Federal, que é direcionado a brasileiros cuja renda mensal familiar é de até 70 reais por pessoa. Existem no país, 16,2 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados do Censo 2010 do IBGE. O Rede Geral faz parte do eixo de inclusão produtiva rural do Brasil Sem Miséria, cuja prioridade é aumentar a produção do agricultor através de orientação e acompanhamento técnico, oferta de insumos e água.
Nesse mesmo eixo, 13 territórios de cidadania são atendidos por projetos de diferentes unidades da Embrapa, sendo o Território Serra Geral o único localizado na região Sudeste. Os outros 12 estão localizados no Semiárido nordestino.
O Rede Geral é coordenado pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) - Campus Janaúba, com o Centro de Agricultura Alternativa (CAA) e com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
A oficina de planejamento é considerada o pontapé inicial do projeto e tem como objetivos:
-integrar instituições que trabalham com o desenvolvimento rural para construção de um plano de inclusão produtiva das famílias do Território da Cidadania Serra Geral no Plano Brasil Sem Miséria;
- socializar o projeto com os agentes territoriais;
- diagnosticar e aperfeiçoar as demandas de tecnologias com os agricultores familiares;
- planejar as ações com funções e responsabilidades da Embrapa e parceiros;
- e estabelecer estratégias para o desenvolvimento das atividades.
A programação contempla dois dias de reunião no auditório da Unimontes - Campus Janaúba e dois dias de visitas a municípios onde está prevista a instalação de Unidades Coletivas de Aprendizagem (Francisco Sá, Matias Cardoso, Monte Azul e Pai Pedro).
Líder do projeto Rede Geral e analista da Embrapa Milho e Sorgo, Fredson Ferreira Chaves explica que as Unidades de Aprendizagem são "modelos de sistema de produção, visando a construção coletiva dos conhecimentos, com validação, demonstração e transferência de tecnologias para a região, a partir do diálogo entre pesquisa, extensão e agricultor". Essas unidades servirão como espaços de discussão, onde se pretende, através da capacitação continuada, desenvolver ou adaptar sistemas de produção com tecnologias que promovam o aumento da renda do produtor.
Na abertura da oficina, o chefe do Departamento de Ciências Agrárias da Unimontes - Campus Janaúba, Marcos Koiti Kondo, afirmou que as demandas por tecnologias da região devem ser articuladas de forma coerente para viabilizar os trabalhos. Marcos espera que o projeto possa viabilizar maior contato do Departamento de Ciências Agrárias com a realidade do campo e com os produtores rurais.
O coordenador técnico do CAA, Álvaro Carrara, destacou o Rede Geral como importante oportunidade de vivenciar um esforço interinstitucional para se pensar o desenvolvimento sustentável e buscar alternativas para a região.
A cooperação entre instituições também foi ressaltada pelo gerente regional da Emater em Janaúba, Valmisoney Moreira Jardim: "essa parceria é muito bem vinda. É uma felicidade ter tantas instituições envolvidas para buscar junto aos agricultores encontrar o melhor desenvolvimento para o Norte de Minas".
Valmisoney ainda afirmou que a potencialidade das instituições tem de se adequar às necessidades dos agricultores da região. "Temos vontade de que a região não seja vista como não-produtora, mas consiga, dentro das suas peculiaridades, atrair os olhares do resto do Brasil. Um dos maiores desafios é produzir sem água em quantidade suficiente. A união de esforços precisa reverter o quadro que vemos hoje", concluiu.
A chefe administrativa da Embrapa Milho e Sorgo, Maria José Vilaça de Vasconcelos, chamou atenção para o fato de os municípios do Território Serra Geral terem a porcentagem de habitantes que vivem na zona rural em torno de 37%, bem maior do que a média nacional, que é de 16%. "Os produtores precisam de tecnologias para melhorar sua qualidade de vida", destacou.
Saiba mais
Localizado geograficamente no Norte de Minas Gerais, o Território Serra Geral é composto por 16 municípios, sendo eles: Manga, Espinosa, Mamonas, Monte Azul, Gameleiras, Mato Verde, Catuti, Serranópolis de Minas Gerais, Porteirinha, Pai Pedro, Nova Porteirinha, Janaúba, Verdelândia, Jaíba, Riacho dos Machados e Matias Cardoso.
O Território da Serra Geral possui uma área de 20.581,20 Km², cuja população total é de 285.678 habitantes (Censo 2010, IBGE), dos quais, 105.196 vivem na área rural, o que corresponde a 36,82% do total.
O Território possui 19.357 agricultores familiares, 1.793 famílias assentadas e 21 comunidades quilombolas. Há 41.967 pessoas na faixa de extrema pobreza.
Texto: Marina Torres (MG 08577 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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