06/12/2012 09:24:21
Entre os dias 3 e 13 de dezembro, estão sendo treinados técnicos do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) para que apliquem um questionário sobre o uso de agrotóxicos em propriedades rurais do estado. A atividade está a cargo do pesquisador Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo, e faz parte de projeto que pretende conhecer melhor e racionalizar a utilização desse tipo de produto.
Após ser treinado, cada técnico do IMA aplicará o questionário em dez propriedades rurais de sua região. "Este questionário tem a finalidade de conhecer o que o produtor está usando de agrotóxicos, bem como conhecer um pouco sobre as características do sistema de produção adotado pelos produtores. Com estes resultados, será aplicada a metodologia desenvolvida na Embrapa Milho e Sorgo sobre a classificação da propriedade rural quanto ao potencial do uso de agrotóxicos", explica Décio.
A Embrapa Milho e Sorgo desenvolveu e está validando, em parceria com a Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais), o IMA, a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), metodologia que visa a avaliar o potencial de risco da utilização de agrotóxicos em propriedades rurais.
O IPR (Índice do Potencial de Risco do Uso de Agrotóxico na Propriedade Rural) classifica a propriedade rural por meio de um índice que pondera os principais aspectos ligados à dinâmica dos agrotóxicos, tanto no âmbito ecotoxicológico como no ambiental. Para isso, leva em conta aspectos legais, técnicos e práticos. Tecnicamente, o índice é a razão, dividida por 3, entre a soma dos índices PRCA (Ponderado da Classificação Ambiental dos Produtos), PRCT (Ponderado da Classificação Toxicológica dos Produtos) e PRQP (Ponderado da Dose, em gramas por hectare, dos Produtos).
A publicação "Índice do potencial de risco do uso de agrotóxico na propriedade rural" detalha o assunto e está disponível para acesso e download gratuito em http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/921139/1/doc132.pdf.
Para Décio, é importante a conscientização do produtor quanto ao uso de agrotóxicos. "Com isso, há uma melhora na questão ambiental, social e até mesmo econômica do produtor, tornando a propriedade mais caracterizada como um sistema sustentável de produção agrícola. Este poderá ser um processo transitório entre a agricultura com uso intensivo de agrotóxicos para uma produção de uso consciente e seguindo os preceitos da Produção Integrada", finaliza.
Roteiro e estatísticas - A viagem começou em 3 de dezembro pelas cidades de Oliveira e Varginha; no dia 4, foi a vez de Pouso Alegre e Passos; em 5 de dezembro, Uberaba; no dia 6, está marcada visita a Patos de Minas; no dia seguinte, 7, a Unaí; já Viçosa e Juiz de Fora serão visitadas em 10 de dezembro; no dia 11, é a vez de Governador Valadares; Guanhães receberá a visita em 12 de dezembro; e, finalizando, Janaúba será visitada em 13 de dezembro. Em todas estas cidades, Décio treinará o técnico local do IMA.
Em 2008, o Brasil assumiu a liderança mundial no uso de agroquímicos, comercializando 673 milhões de toneladas de ingredientes ativos. Este comércio movimentou U$ 7,1 bilhões, mais que o dobro do movimento de 2003. Minas Gerais alcançou a sexta posição, entre os estados brasileiros, no uso de agrotóxicos em 2009 e o herbicida atrazine foi o mais utilizado. Em ordem de comercialização de agrotóxicos e produtos afins neste mesmo ano, estão nas cinco primeiras colocações, respectivamente, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. De forma não coincidente, estados com expressiva produção agrícola.
Mais informações: NCO (Núcleo de Comunicação Organizacional) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa, vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1223 ou nco@cnpms.embrapa.br
Texto: Clenio Araujo (MG 06279 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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