24/05/2013 16:13:43
A TI (Tecnologia da Informação) na agricultura foi tema do último seminário da 6ª edição da SIT (Semana de Integração Tecnológica). Ocorrido nesta sexta-feira, 24 de maio, em Sete Lagoas-MG, o seminário teve três palestras e o lançamento oficial do GeoPortal, projeto conjunto da Embrapa Milho e Sorgo e da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei).
André Luiz Zambalde, professor da Ufla (Universidade Federal de Lavras), falou sobre as três principais aplicações das tecnologias de informação na agricultura. Segundo ele, os três grandes grupos são: tecnologias de administração e gestão; tecnologias de controle, monitoramento e robótica; e tecnologias de telecomunicações e internet.
O primeiro grupo refere-se a aplicações de cunho genérico (como planilhas e gráficos), administrativo (como controle de custos) e de gestão de atividades produtivas (plantio e máquinas). Para André, “o grande desafio nas propriedades rurais é treinar os produtores com relação ao cadastro”, ou seja, registrar e administrar, através dessas tecnologias, as tarefas do dia-a-dia.
Já as tecnologias de controle, monitoramento e robótica envolvem, entre outros equipamentos, microprocessadores, redes e monitores aplicados tanto à agricultura, quanto aos processos de gestão agroindustriais. Por último, as tecnologias de telecomunicações e internet englobam “as possibilidades reais de interação e de integração de dados, culminando com a geração, a combinação e a difusão da informação e do conhecimento”, de acordo com o professor.
Evandro Chartuni Mantovani, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo na área de mecanização agrícola, fez um rápido histórico da agricultura de precisão. De acordo com ele, a inovação do início do século XX foi o motor a combustão interna, que colaborou com a retirada dos animais de tração do meio rural. Já no início do século XXI, a inovação foi a disseminação da tecnologia da informação, que, aliada à automação, está proporcionando uma gestão mais eficiente e, com isso, um controle mais preciso dos processos relacionados à produção agrícola. A combinação dessas duas tecnologias com a do GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês) levou ao desenvolvimento da agricultura de precisão, segundo Evandro.
O pesquisador da Embrapa falou também das diferenças entre a abordagem na agricultura tradicional e na de precisão. Enquanto a primeira trabalha com médias, a segunda lida com variabilidades espacial (que são as diferenças de produção verificadas em um mesmo campo) e temporal (que trabalham com mudanças de produção num mesmo campo ao longo dos anos). Ainda segundo Evandro, a região Centro-Norte do Brasil, com destaque para a interseção dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, tem adotado rapidamente a agricultura de precisão. No Tocantins, por exemplo, cerca de 30% dos produtores rurais trabalham nesse sistema.
O tema abordado por José Mário Lobo Ferreira, pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), foi o sistema de aferição do desempenho ambiental e socioeconômico de estabelecimentos rurais. Ele mostrou a experiência com a ferramenta ISA (Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossitemas). Entre os objetivos dela, estão “realizar um balanço das consequências das atividades relacionadas à agropecuária sobre o meio ambiente e proporcionar uma visão integrada de um estabelecimento”.
José Mário disse que o sistema, no final, gera um índice que varia de 0 a 1, tendo como linha de referência 0,7, que serve como parâmetro entre o valor coletado no estabelecimento e o valor de referência ambiental e socioeconômica. Entre os desafios e as perspectivas daqui pra frente, o pesquisador da Epamig cita “uma agenda comum entre os setores do governo, iniciativa privada, instituições de ensino, pesquisa, federações, cooperativas, sindicatos, associações, entre outros, e o destaque à multifuncionalidade dos agroecossistemas”.
GeoPortal – Finalizando o seminário, foi apresentado e oficialmente lançado o GeoPortal, trabalho em conjunto da Embrapa Milho e Sorgo e do campus de Sete Lagoas da UFSJ. Os pesquisadores Elena Charlotte Landau e Daniel Pereira Guimarães, da Embrapa, o professor André Hirsch, da UFSJ, e o bolsista Fernando Martins Pimenta falaram sobre o projeto.
A plataforma digital objetiva “facilitar o acesso a informações georreferenciadas e publicações baseadas em análises de dados espaciais resultantes de projetos de pesquisa e de ações da Embrapa Milho e Sorgo”. O portal estará em contínua melhoria, com a inserção de novas informações ao longo do tempo. O endereço é http://geoportal.cnpms.embrapa.br/.
Clenio Araujo (6279/MG)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
Contatos: clenio.araujo@embrapa.br / (31) 3027-1223 / (31) 9974-3282