29/10/2013 17:12:11
"A Embrapa tem papel fundamental nesta área, tanto em termos de pesquisa, provendo grande parte dos recursos para o desenvolvimento das atividades do projeto, portanto com valiosa contribuição nos resultados alcançados, quanto na divulgação do uso desse cereal na alimentação humana no Brasil". Assim, a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Valéria Queiroz resume a colaboração da Empresa na área de sorgo para alimentação humana.
Ela explica que a Embrapa Milho e Sorgo, juntamente com outras Unidades da Empresa e várias universidades brasileiras, têm trabalhado e gerado resultados científicos promissores. "Por outro lado, a partir da divulgação dos resultados do projeto, estamos conseguindo, aos poucos, convencer as pessoas de que o sorgo é sim um cereal importante para a alimentação humana, com potencial para contribuir com a segurança alimentar e nutricional", complementa.
Vários desses resultados foram mostrados durante os três dias do 1º Simpósio Sorgo na Alimentação Humana no Brasil: perspectivas, ocorrido no final de outubro em Sete Lagoas-MG, onde fica a Embrapa Milho e Sorgo. Para Valéria, em linhas gerais, merece destaque "o fato do sorgo ser um cereal com valor nutritivo semelhante aos demais, porém de baixo custo e com grande potencial para a produção de alimentos sem glúten, bem como alimentos com apelo funcional, devido à variedade de compostos bioativos detectados no pericarpo de diversos genótipos".
Entre as pesquisas com potencial de gerar produtos em curto prazo, a pesquisadora destaca o desenvolvimento de processos e de produtos que tenham em sua base a farinha de sorgo e que não contenham glúten, substância que, por exemplo, os celíacos não podem ingerir.
A participação do setor privado nos trabalhos com sorgo para alimentação humana é uma aposta. No evento, foram apresentados os resultados do projeto intitulado Sorgo para alimentação humana: caracterização de genótipos quanto a compostos de interesse para a nutrição e a saúde humana e desenvolvimento de produtos sem glúten, que vai oficialmente até abril de 2014. Valéria explica que "foi discutida a possibilidade de dar continuidade às atividades desse projeto por meio de novas propostas, nas quais deverão ser incluídas novas parcerias tanto do setor público, a exemplo de outras universidades, quanto do setor privado, a exemplo de indústrias de alimentos e de sementes de sorgo".
Portanto, há boas perspectivas de avanços nas pesquisas e nos demais trabalhos com sorgo na alimentação humana. Ponto para a Embrapa, para as várias universidades já envolvidas (Universidades Federais de Viçosa, de Minas Gerais e de São João del-Rei, Estadual de Campinas e de Brasília) e para o setor privado, que demonstra crescente interesse na área. Bom para públicos específicos, que apresentam limitações quanto à alimentação.
Clenio Araujo (6279/MG)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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